Os temas macroeconômicos, que afetam os negócios da indústria de seguros, foram destaque nesta terça (26/9), terceiro e último dia da Fides Rio 2023, a maior conferência hemisférica do setor. Uma das principais atrações foi o prêmio Nobel de economia, Paul Krugman. Segundo o economista, a inflação causada pelo impacto econômico da pandemia vem caindo de forma consistente nos Estados Unidos e na Europa, ao passo que a taxa de juros se mantém persistentemente elevada nessas regiões.
De acordo com Krugman, há uma razão para isso: a alta dos juros não tem gerado recessão econômica e aumento do desemprego nos países desenvolvidos, tornando-se difícil a justificativa de baixá-los.
“Com economia se fortalecendo a taxas elevadas de juros, as pessoas estão perdendo a fé de que elas voltarão ao patamar pré-pandemia. Os efeitos dessa alta de juros ainda não se apresentaram por completo. É possível que haja um enfraquecimento da economia e as taxas voltem a cair”, afirmou Krugman, que é colunista do New York Times, eleito como uma das 50 pessoas mais influentes da Bloomberg em finanças globais e ganhador do prêmio Nobel de economia de 2008.
Gargalos de proteção e as respostas possíveis
Os rumos dos indicadores macroeconômicos, como inflação e taxas de juros, são fatores importantes para a construção e gestão dos negócios. Tais fatores podem influenciar a demanda por seguros.
Outros tópicos de interesse da indústria foram tratados. Como reduzir uma lacuna que alcança 60%, em média global, e mais de 80%, na América Latina, em perdas econômicas causadas por danos climáticos? Tentar responder questões como esta foi o foco do painel Insurance Global Trends (Tendências Globais de Seguros) da FIDES Rio 2023.
O painel também abordou desafios da indústria de seguros em termos de gap de proteção – englobando severidade dos danos climáticos – e aos impactos da transição demográfica e seus efeitos na saúde (como gastos maiores) e nos regimes previdenciários.
Entre as possíveis soluções levantadas durante o painel, estão: i) investimento em tecnologia, principalmente para uso de dados com Inteligência Artificial; ii) diversificação e maior customização de produtos e iii) necessidade de educação financeira, para fazer o mercado de seguros ser mais bem entendido por maiores parcelas da população mundial.
Participaram do painel, representantes das empresas Universal Health Monitor (André Medici), Munich Re (Clarisse Kopff), IRB Re (Daniel Castillo), EY (Isabelle Santenac), Grupo Bradesco (Ivan Luiz Gontijo Jr.) e AON (Jeremy Goodman).
Hill + Knowlton Brasil
Foto: Paul Krugman, Carla Vilhena (mediadora do painel) e Dyogo Oliveira (presidente da CNseg)
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