A variedade de temas com as vertentes técnica de conjuntura pontuou o segundo dia da Expo ABGR 2019. Em resumo, os participantes acompanharam as 12 palestras distribuídas em três salas do Golden Hall do WTC e na feira de negócios compostas por 21 expositores, que atraiu grande número de pessoas, entre risk managements, executivos e brokers. O valor das informações transmitidas nas palestras e o networking de alto nível explicam porque A Expo ABGR é o maior evento de gerenciamento de riscos da América Latina.
O painel “Diversidade Aliada à Sustentabilidade nas Organizações” abriu o segundo dia do evento, ao discutir a importância de cultivar a diversidade e a inclusão no âmbito empresarial. A mesa foi mediada por Marcia Ribeiro, diretora-executiva da Associação das Mulheres do Mercado de Seguros (AMMS), e contou com Maristella Iannuzzi, digital executive da CMI Business Transformation; Roberta Nascimento, risk manager da NOV, Francisco Vidigal Filho, presidente da Sompo Seguros; Camila Calais, advogada e sócia do grupo Mattos Filho Advogados; e Simone Vizani, vice-presidente da AAMMS.
Em seguida um tema que permeia o mundo dos negócios e finanças. A nova Lei da Liberdade Econômica (nº 13.974/2019) foi tema de plenária. Os expositores abordaram questões relevantes no sentido de impulsionar o mercado para uma mudança de mindset, como a simplificação da atual regulamentação e a despadronização de produtos para possibilitar o desenvolvimento de novos negócios.
Com mediação de Walter Polido, sócio da Polido e Carvalho Consultoria em Seguros e Resseguros, reuniu Cristina Tseimatzidis, head of surety and financial line da Lockton Brasil; João Di Girolamo Filho, head of surety Brazil da Swiss Re Corporate Solutions; Karini Madeira, superintendente de acompanhamento técnico da CNseg; e Marcelo Mansur, sócio da Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados.
Reforma e logística
No painel que discutiu os “Benefícios e impactos da reforma da Previdência”, Marcelo Rossetti, superintendente-executivo da Bradesco Vida e Previdência, advertiu os presentes para a mudanças demográficas. “Sem a reforma, em 2045, o Brasil gastaria 20% do PIB”, enfatizou. Para Filipe Nicodemus, diretor de Benefícios na MDS Brasil, a previdência privada poderá ser utilizada nas empresas como um meio de garantir renda aos trabalhadores que permanecerem mais tempo em atividade. Antonio Penteado Mendonça, sócio titular da Penteado Mendonça e Char Advocacia, disse que a população mais pobre não terá renda para comprar planos de previdência.
Tendências como logística 4.0, Internet das Coisas, uso de drones, transportes autônomos, blockchain e big data, com aplicação na área de logística, e digital twins (cópia digital de produto físico, serviço ou processo, que substitui a criação de protótipos reais). foram abordadas na palestra “O Futuro e Tendências do Setor Logístico”, com mediação de Luciano Póvoa, gerente de riscos em transportes RCG da Herco Consultoria de Riscos.
Guilherme Brochmann, diretor de gerenciamento de risco LATAM da DHL; Luiz Carlos de Andrade, superintendente técnico da Lockton Brasil, e Paulo Robson Alves, head of marine da AXA XL, alertaram sobre a necessidade da indústria de seguros se “reinventar”, sobretudo no que se refere aos riscos. Os especialistas preconizaram que, com uso da tecnologia, a busca de alternativas em face da infraestrutura precária no Brasil (péssimas condições das estradas, falta de integração entre os portos e ferrovias inacabadas) deve ser um imperativo.
Riscos de engenharia e saúde
Em relação à engenharia de riscos, Carlos Cortés, head risk engineering da Zurich, fez uma observação interessante: a maioria das empresas não possui uma área estruturada de prevenção de perdas e sim setores de política de segurança e saúde ocupacional durante o painel “Engenharia de Riscos e Loss Prevention”. Já Cesar López, gerente da área de Engenharia de Riscos na Mapfre Global Risks, destacou a importância do engenheiro para a avaliação de risco. Alexandre Botelho, diretor da Aon Brasil, concordou com López e lembrou recente levantamento da companhia e uma principal constatação: empresas que investem em loss prevention oferecem maior retorno aos acionistas.
O painel “Saúde e Gestão de Riscos” foi composto por Lenise Secchin, chefe de gabinete da Presidência da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); Rodolfo Petrait, risk manager da Bosch; Heitor Augusto, diretor técnico e de relacionamento com clientes Saúde e Odonto da SulAmérica; e Gustavo Quintão, vice-presidente de Saúde e Benefícios da MDS Brasil. O painel teve a mediação de Josafá Ferreira Primo, CEO da Salagah Gestão em Contratos de Seguros.
Segundo a tese dos especialistas, a transparência e a disponibilização de dados na área de saúde foram valorizadas. “Transparência é pilar para gestão de riscos”, afirmou Secchin, citando exemplos como a Lei de Acesso à Informação (LAI), que tem “acesso como regra, sigilo como exceção”.
A questão da logística figurou novamente no centro das atenções na segunda parte do evento, no início da tarde. Christian Mendonça, head of Insurance Brazil and South America da Norsk Hydro Brazil, mediou o painel “Transportes, Logística e Gerenciamento de Riscos”. Letícia Toral, gerente de Seguros da LDC; Marconi Peixoto, coordenador de Gerenciamento de Riscos e Logística da Willis Towers Watson; e Valdo Alves, diretor de Transportes da Tokio Marine Seguradora, foram os protagonistas.
Nas apresentações, o risco dos modais veio à tona. Aspectos relacionados às boas prática e o dinamismo da carteira, com highlights estratégicos em razão das atribuições do subscritor de risco do transporte e o papel em comum entre embarcadores e transportadores, pautado pelo cuidado em relação à transferência de responsabilidade, chamaram a atenção dos presentes.
Agronegócio e salvados
A palestra “Mudanças climáticas e agronegócio” foi outro tema que envolve riscos em potencial. Discutiu-se, por exemplo, se a pecuária e a agricultura podem ser consideradas vilãs para o meio ambiente. Segundo Carlos Branco, gerente regional de Seguros da Cargill, somos todos corresponsáveis pelas “alterações climáticas” no mundo. Também compuseram a mesa Gabriel Lemos, head agro da Swiss Re Corporate Solutions; Miguel Almeida, head of agriculture do IRB Brasil RE; e Paulo Vitor Rodrigues, superintendente de Agronegócios da Lockton Brasil. A mediação ficou a cargo de Cristina Weiss Tessari, coordenadora de Seguros Corporativos da CPFL Energia.
O próximo painel trouxe a questão da política de seguros e salvados. Rodrigo Ávila, gerente de Riscos e Seguros na Suzano e vice-presidente da ABGR, afirmou que a política de seguros nas empresas deve contemplar todas as normas de contratação, o que inclui a atuação em caso de sinistros. Sobre os salvados, Julia Santoro, sócia da DR&A Advogados, salientou a importância desta política para as seguradoras minimizarem os efeitos dos sinistros. Já o lucro com a venda de salvados pertence ao segurado, segundo ela. Sheila Garcia, diretora de Sinistros na Aon Brasil, contou que um segurado preferiu não reclamar o sinistro e vender o salvado porque era mais vantajoso.
LGPD, property e RC ambiental
Mediado por Camila Calais, advogada e sócia da Mattos Filho, o painel “Cyber risks e LGPD’’ discutiu a privacidade e mercado de seguros cibernéticos, reunindo Alberto Bastos, sócio da Módulo S/A; Claudio Macedo, fundador da Clamapi Seguros Cibernéticos; Marta Helena Schuh, head cyber insurance da Marsh Brasil; Fernando Saccon, superintendente de Linhas Financeiras da Zurich, e Flavio Sá, gerente de linhas financeiras da AIG Seguros. Na visão de Macedo, é necessário investir em segurança independentemente da Lei Geral de Proteção de Dados entrar ou não em vigor: “O risco operacional é maior do que a multa da LGPD”, advertiu.
Rodrigo Ávila, vice-presidente da ABGR, mediou o painel “P&C – Property & Casualty e a nova maneira de encarar os desafios”. Tais desafios ligados à gestão de riscos para a carteira foram apresentados pelos especialistas que comentaram, por exemplo, processos de avaliação de riscos e os cenários a serem considerados, evolução de ambientes econômicos e o surgimento de novos riscos relacionados ao uso da tecnologia. Participaram Carla Karwacka, gerente de Riscos e Seguros da Claro S.A.; Daniel Kaneko, superintendente de P&C da Lockton Brasil; Florian Lauebli, head CUO Office & Leader Platform Solutions da AXA XL; e Sidney Cezarino, diretor de Property, Riscos de Engenharia, Riscos Diversos e Energy da Tokio Marine.
E, por fim, Katia Papaioannou, superintendente de RC e Ambiental na Marsh Brasil, destacou a confusão que as empresas fazem ao contratar coberturas de poluição súbita na apólice de RC Geral. “Pensam que todos os riscos ambientais estão cobertos, mas não estão”, advertiu no painel “Seguro e Risco Ambiental”. Para Ilan Kajan, diretor de Riscos Corporativos na Alper Consultoria em Seguros, o corretor deve atuar como consultor no seguro ambiental. “Ele deve se especializar nessa área”, recomendou.
Redação Revista Insurance Corp – Carlos Alberto Pacheco
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