Na era da digitalização e das redes sociais, a palavra corre rápido. Casos de ataques e medidas ruins de segurança em empresas que facilitaram vazamentos ganham cobertura negativa da mídia e proporção internacional quase que instantaneamente. E, na mesma velocidade, desgasta a credibilidade da marca, criando dúvidas sobre a capacidade da organização de proteger informações confidenciais. As repercussões se estendem à influência nas decisões dos clientes, oportunidades de parceria e desconfiança do mercado.
Até pouco tempo atrás, a lista de elementos-chave para se construir reputação não incluía cibersegurança. Agora, é um dos fatores decisivos. O que gerou novas preocupações, fomentadas por dois fatores: a segurança operacional é uma batalha constante contra ameaças, e uma violação grave passou a ser apenas uma questão de tempo. A cultura de culpabilização dentro das empresas, na imprensa e nas redes sociais, também amplifica a ansiedade em uma ordem de grandeza considerável.
O cenário compõe um dos grandes desafios das empresas hoje: construir confiança na marca em um mundo de incontáveis riscos cibernéticos.
O impacto financeiro direto de ataques ao Brasil foi de, pelo menos, R$ 6,2 milhões somente em 2023, segundo relatório divulgado pela IBM. Os impactos em credibilidade, por sua vez, não têm resposta certa. Sabe-se, apenas, que podem ser muito mais caros. Basta lembrarmos de casos como o da SolarWinds, em que a marca tornou-se sinônimo do próprio ataque.
Para minimizar os danos causados por vazamentos de dados, é crucial ter um plano de resposta a incidentes cibernéticos. Este plano não só identifica possíveis vulnerabilidades, mas determina ações específicas a serem tomadas caso ocorra um evento adverso. No entanto, muitas empresas ainda subestimam essa vulnerabilidade, acreditando serem “pequenas demais” para serem alvo de hackers, o que pode torná-las ainda mais suscetíveis a ataques.
Além dos custos para recuperar os dados, é importante lembrar que as companhias afetadas por golpes dessa magnitude também enfrentam despesas adicionais, como marketing, advogados e ações na mídia. Em casos extremos, algumas são inclusive obrigadas a fechar suas portas devido ao impacto devastador de um golpe cibernético
O monitoramento contínuo da marca é uma estratégia fundamental para identificar tendências e agir proativamente na proteção da imagem da companhia. A análise da dark e deep web pode revelar potenciais ameaças e permitir uma resposta preventiva. A atenção aos detalhes se estende ainda às redes sociais, nas quais funcionários podem compartilhar informações estratégicas de maneira inadequada, fornecendo munição aos atacantes.
Um plano de resposta a incidentes bem elaborado é essencial para lidar com adversidades no ambiente de TI. O treinamento adequado garante que a equipe saiba como agir em momentos de crise, evitando improvisações que podem levar a prejuízos permanentes.
Diante desse cenário, as equipes de Red Team (ataque) e Blue Team (defesa) desempenham papéis cruciais na defesa contra a efetivação de ataques cibernéticos, identificando vulnerabilidades e respondendo a incidentes, respectivamente. Enquanto isso, o Plano de Continuidade de Negócios (PCN) desponta como uma estratégia interessante, já que pode garantir a preservação dos serviços essenciais após um desastre.
Em resumo, a segurança cibernética exige uma abordagem holística e multifacetada. Nesse contexto, fica evidente que a capacidade de uma companhia de se recuperar de um ataque é tão crucial quanto sua capacidade de evitá-lo. Ao adotar uma postura de transparência, comunicação eficaz e comprometimento com a segurança cibernética, as empresas podem não apenas superar adversidades, mas fortalecer a confiança de seus clientes e parceiros. Essa abordagem não só transforma desafios em oportunidades de crescimento, como posiciona as empresas de forma diferenciada no mercado. Portanto, é essencial que as organizações reconheçam a importância de estarem preparadas, capacitadas e resilientes para enfrentar os desafios da cibersegurança e proteger a reputação de suas marcas em um ambiente digital em constante evolução.
Por Eduardo Lopes, CEO da Redbelt Security
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