Em 2010, 84% da população com mais de 60 anos vivia nas áreas urbanas brasileiras. Este comportamento populacional cria um desafio para as políticas públicas que buscam promover o bem-estar da população sênior, pois precisam lidar com as questões que são complexas e envolvem múltiplas dimensões, como habitação, saúde, participação social, entre outras prioridades.
Este é o motivo pelo qual a pesquisa Adeus às chaves: perfil, segurança e momento do público sênior deixar de dirigir tem como contexto de investigação a mobilidade urbana deste público, com foco no recorte sobre aqueles que deixaram de dirigir ou seguem exercendo essa atividade.
O envelhecimento impacta na forma como as pessoas se deslocam na cidade, devido às questões de acessibilidade e de aspectos cognitivos e de saúde ligados ao envelhecer. No entanto, este impacto é ainda mais relevante na atividade de dirigir que envolve diversas habilidades, como a atenção prolongada e a resposta rápida a mudanças bruscas que ocorrem no trânsito.
Desta forma, uma das questões que podem surgir para as pessoas com mais de 60 anos que se deslocam na cidade dirigindo automóveis é se precisam parar de dirigir em algum momento e como isso deve ser feito. Ou seja, quais são as adaptações necessárias, quais são as alternativas às formas de deslocamento por automóvel, quais são as opções acessíveis e se é necessário pedir ajuda no dia a dia com esta mudança.
Cabe lembrar que, no Brasil, o modelo de desenvolvimento urbano levou a uma forte dependência do automóvel por boa parte da população, o que o tornou central na mobilidade urbana no país.
Tendo estas questões em vista, este estudo explora a relação entre o público sênior e a condução de automóveis, buscando compreender a experiência de dirigir daqueles que continuaram dirigindo, como é se locomover na cidade para os que pararam de dirigir, como foi esta decisão, como os familiares participaram destes momentos e quais foram os impactos da interrupção dessa atividade.
Mosaike
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