A transição energética tem estimulado o setor de petróleo e gás, do qual o mundo ainda é dependente, a investir pesado em exploração de formas mais sustentáveis por meio da redução dos riscos que envolvem essas operações, incluindo os programas securitários relacionados às pessoas, aos ativos e ao patrimônio das empresas envolvidas na cadeia de produção. Além disso, a relevante exposição frente à terceiros no ambiente operacional em que atuam.
Esse foi o pano de fundo do seminário ‘Gestão de Riscos e Seguros como diferencial no setor de Energia Offshore’, organizado pelo IBEF-Rio (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças), com participação e apoio da Gallagher e Horiens, que atraiu mais de 100 participantes, e que também contou com a participação de importantes players como as seguradoras Austral, Ezze e Tokio Marine e a reguladora de sinistros Matthews Daniel.
O objetivo da Gallagher e da Horiens – duas companhias com reconhecida expertise mundial em gestão de riscos e seguros para o setor de energia – foi trazer aos executivos do mercado e ao público a discussão dos principais riscos e de mecanismos de proteção desta atividade, que é essencial ao desenvolvimento econômico e social, pois é a energia que move o mundo nas mais diferentes frentes.
A dependência global do óleo e gás, como parte importante nas fontes primárias de geração de energia, é uma realidade e possui uma relação direta no desenvolvimento e crescimento dos países. Além disso, é sempre importante se observar a agenda ambiental, que cada vez mais norteia toda a cadeia produtiva. O papel que o segmento pode desempenhar, apesar dos riscos que envolvem e com sofisticadas operações de seguro e resseguro, é um dos temas mais debatidos hoje pelos profissionais do mundo todo devido ao impacto social que podem exercer.
Setores como o de energia offshore (como, por exemplo, upstream energy e eólicas offshore) compreendem atividades complexas e exigem um vasto conhecimento das estruturas e programas de seguros disponíveis no mercado, além da importante etapa de identificação dos riscos passíveis de serem transferidos ao mercado segurador, de modo que as exposições identificadas possam ser priorizadas, tratadas e amparadas nas apólices de seguro de forma apropriada e com produtos competitivos. A sustentabilidade é um dos mais importantes pilares a serem observados, especialmente com as frentes relacionadas à ESG, presentes hoje em dia nas agendas estratégicas das empresas e governos, algo que está intrinsecamente relacionado à gestão de riscos e consequentemente a programas de seguros eficientes.
“De uma maneira geral, são produtos específicos refletidos em cláusulas especiais, que podem aumentar ou restringir a abrangência da cobertura e as mudanças das matrizes energéticas, como a eólica, por exemplo. Daí a importância do seguro como mecanismo de salvaguarda para diferentes situações que envolvem a atividade”, explica Thiago Navega, diretor de Riscos Facultativos da Gallagher Re.
Rafael Souza, diretor de Riscos e Seguros da Horiens Risk, acrescenta que o mundo está atento aos custos de energia e os seus impactos na população assim como os reflexos no meio ambiente e no clima. Segundo ele, é preciso avaliar os diversos aspectos que envolvem a transição energética e a importância do setor de óleo e gás para esse processo, além dos riscos que envolvem as operações da cadeia de produção e o papel que pode desempenhar na descarbonização.
“É inegável que o mundo ainda depende dessas fontes de energia. As empresas envolvidas no setor de óleo e gás estão sendo atores importantes no apoio a transição energética, provendo soluções técnicas, recursos, know-how e capital. Esse aspecto ajuda no processo de comunicação ao mercado segurador, que tem a expectativa de contar com empresas de qualidade para a execução de projetos complexos, como a instalação de um parque eólico em alto mar”, avalia Rafael Souza, diretor de Riscos e Seguros na Horiens Risk Advisors.
O setor de energia enfrenta uma série de riscos, desafios e oportunidades na ESG, na medida em que o processo realiza a transição de modelos de produção e consumo de energia baseados em fósseis para fontes renováveis. Uma estreita coordenação e alinhamento são necessários para otimizar o desempenho total do processo e coordenar as respostas aos riscos. Isso requer uma criteriosa avaliação das exposições de todas as etapas de produção, para subsequente transferência dos principais riscos, via produtos securitários, para seguradores e resseguradores de primeira linha.
Apesar dos desafios presentes na geração de energias renováveis no Brasil, o investimento em energia limpa e a adoção de medidas de eficiência energética contribuem para alavancar a economia e superar a capacidade instalada no país, ao mesmo tempo que promove o desenvolvimento sustentável. O Ministério de Minas e Energia prevê recursos, por meio de parcerias público-privadas, na ordem de R$ 3,25 bilhões na matriz energética nos próximos 10 anos. Pode parecer baixo, mas representa um incremento de 75 gigawatts de energia limpa, gerando inúmeras oportunidades para todos os envolvidos, além de um ganho relevante para a sociedade.
A utilização de corretores de seguros (insurance advisors) especializados, como a Gallagher e a Horiens, é fundamental para o apoio qualificado na identificação de diversas exposições, vis-à-vis os produtos disponíveis no mercado segurador, que vão além dos riscos usualmente transferidos através das coberturas tradicionais. Nesse sentido, considerando as particularidades do setor, o capital intensivo e os diversos fatores de riscos das atividades, é crucial o engajamento de corretores com grande experiência no ramo, além do bom relacionamento com o mercado segurador, para um apoio assertivo e eficiente na estruturação de programas de seguros adequados ao tipo de operação a ser executada, ou ativo a ser construído, e potenciais riscos relacionados.
Danthi Comunicações
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