Foto : Márcio Chaves, presidente da Qualinvest Seguros e Qualinvest Consórcio Nacional.
Segmento, que representa 6,5% do PIB, projeta crescimento para 2019, com retomada forte dos investimentos nacionais e estrangeiros.
Os últimos anos não foram fáceis para o setor empresarial brasileiro. Ao mesmo tempo, lidar com o fantasma da recessão, as oscilações de mercado e um futuro incerto obrigou muita gente a se reinventar e a enxergar novas oportunidades para sobreviver e, em alguns casos, se destacar em um ambiente cada vez mais desafiador.
Para as seguradoras, não foi diferente. “A recuperação gradual da economia, aliada ao novo cenário e a perspectiva de aprovação das reformas trouxe uma janela de oportunidades enorme, pois com a retomada de investimentos, os seguros para os projetos de infraestrutura e concessões devem voltar ao radar. O mercado de seguros representa algo como 6,5% do PIB. Quem estiver mais preparado nesse momento, colherá os frutos no futuro próximo”, considera Márcio Chaves, presidente da Qualinvest.
Apesar da crise econômica, o ano de 2017 foi bom para o mercado de seguros, com uma maior arrecadação de prêmio (7,5% acima do ano anterior). Na avaliação de Márcio Chaves, é natural que ocorra algum ajustamento. “Esse ano, estima-se que o mercado de seguros deva crescer menos, algo por volta de 1,5%. No início do ano, a previsão era de 2,5%. É crescimento e não decréscimo. E graças as novas tecnologias que acabam reduzindo o custo para o cliente final. Perceba que o mercado de seguros sempre tem desempenho acima da economia como um todo”, ressalta.
O ano de 2018 também foi marcado pelas mudanças em relação à Reforma Trabalhista. E essas alterações tiveram um impacto positivo para o setor. A demanda por seguros ligados à relação de trabalho é elevada e a aceitação pelo judiciário ficou muito mais fácil. “Temos uma carteira de clientes nos ramos de Construção Civil e Transporte de Passageiros, ou seja, existe muita demanda de contratação de mão-de-obra. Sem citar todos os benefícios atrelados aos funcionários que as empresas precisam cumprir de acordo com as convenções coletivas de cada categoria. Na grande maioria dos casos, é atendida através de seguro, como Seguro de Vida e Seguro Saúde”, explica o presidente da Qualinvest.
Outra mudança importante com a Reforma Trabalhista foi a terceirização, que reduziu o custo das empresas. “Depois da crise na proporção que tivemos nos últimos anos, todos buscaram alternativas para que os negócios continuassem saudáveis. Nos contratos de prestação de serviços de mão-de-obra também são exigidas uma série de garantias por parte dos contratantes”, destaca Márcio Chaves. Agora, o Seguro Garantia de Performance possibilita incluir cobertura trabalhista nesses casos, ou seja, a empresa que contrata está assegurada, caso o contratado não honre os pagamentos. “Pelo lado empreendedor e empregador, criou-se maior segurança. Basta você analisar a redução no número de novas ações recentemente, ou seja, o maior problema eram os pedidos indevidos que tendem a diminuir”, relata o economista.
Além disso, Márcio Chaves enfatiza que, como oportunidade de negócios, a aceitação do Seguro Garantia para o Depósito Recursal Trabalhista também foi assertiva. “Acredito que foi bom para todas as partes, pois as empresas diminuem a necessidade de capital alocado e recursos judiciais através da utilização do seguro, que sequer ocupa o limite de crédito bancário da empresa. Para o reclamante, há a garantia de pagamento por uma instituição regulada (nesse caso a SUSEP) e do recebimento no caso de sentença favorável”, avalia.
Atualmente, algumas seguradoras estão investindo muito em sistema de automação de análise de crédito e cadastro das empresas, paralelamente, disponibilizam as apólices em tempo recorde. “É o caso do nosso portal, o Webgarantia, onde o próprio cliente emite as apólices online com apenas alguns cliques. Precisamos estar preparados para atender essa demanda”, afirma Márcio Chaves, presidente da Qualinvest.
E o que esperar para 2019? O segmento está otimista com o futuro. “Hoje o Brasil é o mercado emergente mais cobiçado pelas maiores seguradoras do mundo. São mais de 200 milhões de pessoas, produtos com baixa penetração, ainda com pouca tecnologia aplicada a distribuição de produtos e vendas. Tudo isso tem um peso enorme. Agora, atrelado a boa perspectiva da economia local, isso ganha força”, segundo o economista. Para ele, o Brasil será a bola da vez: “Devemos ter muito investimento estrangeiro, novas empresas concorrendo, novos produtos. Um mercado completamente diferente do atual nos próximos dois ou três anos”.
Sobre a expectativa em relação ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, o mercado de seguros está ansioso com a Reforma da Previdência, que vem sendo trabalhada como prioridade da nova gestão, além do ajuste fiscal e a retomada dos investimentos domésticos e estrangeiros. Márcio Chaves analisa: “Os graves problemas de corrupção nos últimos anos trouxeram alteração dos preços nos principais contratos de construção do País. Muitas garantias foram executadas através do Seguro Garantia e muitas delas se mostraram insuficientes para ressarcir os prejuízos. Já existe em discussão um novo modelo de Garantia Contratual, que deve transferir parte da responsabilidade de fiscalização e de honrar os preços para a iniciativa privada, tendo a seguradora como um dos agentes principais”. Apesar do desafio de atender a tantas mudanças, o mercado de seguros pode ter uma grande oportunidade para ser o agente regulador desse movimento.
Assessoria de Imprensa Camila Jopsi
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