Você sabe gerir suas emoções?

Você acredita que é uma inteligência que pode ser aprendida? Quantas emoções habitam em um mesmo ser humano?
Antes de começar este artigo, pense em qual emoção está presente em você agora e defina sua emoção em uma palavra.

Conseguiu? É desafiador resumir o que sentimos em apenas uma palavra. Mas nos dias de hoje, fazer essa leitura se tornou uma questão de saúde mental e equilíbrio no ambiente de trabalho. Perceber sentimentos pode ser a chave para você regular seu estado emocional e mudar a onda energética.

As emoções são reações psicofisiológicas inatas, aprimoradas ao longo da vida. Elas nos ajudam a nos adaptar a diferentes situações, seja quando, por exemplo, vemos algo ou alguém, pensamos em alguma situação ou quando lembramos de algo importante.
As emoções têm 3 funções principais:

1 – Função adaptadora: preparam nosso corpo para a ação, o que é muito importante para conseguirmos agir de forma eficaz.

2 – Função social: expressam como estamos nos sentindo e ajudam na interação com os outros, facilitando a previsão de comportamentos. Além disso, a forma como nos expressamos verbal e não verbalmente determina a forma da comunicação.

3 – Função motivadora: há uma relação entre motivação e emoção, elas se influenciam mutuamente. Nossos sentimentos podem nos motivar a agir de determinada forma. Por exemplo, se nos sentimos alegres ao estar com alguém, ficamos mais motivados a passar mais tempo com essa pessoa.

Como eu disse no início, identificar nossas emoções e as dos outros, e dar nome a elas, não é algo simples, especialmente quando várias emoções surgem ao mesmo tempo. Isso é o que chamamos de consciência emocional. Ter essa consciência nos permite:

Reconhecer nossos estados de espírito e refletir sobre eles para tomar decisões melhores.
Relacionar-nos melhor com os outros ao reconhecer também as emoções deles.
Estabelecer limites para cuidar de nossas necessidades e bem-estar, melhorando nossa qualidade de vida.

Conhecer melhor a nós mesmos e aos outros.
A consciência emocional faz parte da chamada Inteligência Emocional (IE). Podemos dizer que é o primeiro passo para nosso desenvolvimento.

Mas o que é Inteligência Emocional?
Segundo Goleman, que criou o termo, é a capacidade de ter consciência de nossas próprias emoções e sentimentos, reconhecê-los e controlá-los, motivar-nos para alcançar nossos objetivos, reconhecer as emoções dos outros e saber gerir as relações interpessoais.
A inteligência emocional é uma habilidade que pode ser treinada e, para isso, devemos começar reconhecendo as emoções que manifestamos.

Mas afinal, quais são os tipos de emoções?
Quanto mais emoções conhecermos, mais fácil será identificá-las quando as sentirmos e estaremos mais preparados para lidar com elas.
Existem várias formas de classificar as emoções, mas a mais comum é baseada no momento em que são sentidas pela primeira vez:

1 – Emoções básicas, primárias ou inatas
São aquelas que surgem desde o nascimento. Fazem parte do nosso processo de adaptação e estão presentes em todos os seres humanos, independentemente da cultura. Surgem rapidamente e duram apenas alguns segundos. São elas:Alegria: sensação agradável de satisfação e bem-estar.

Nojo: intenso desagrado em relação a algo repulsivo ou repugnante.
Ira: sentimento de irritabilidade ou indignação.
Medo: apreensão provocada geralmente pela sensação de ameaça, perigo ou dor.
Surpresa: diante de algo inesperado.
Tristeza: sensação de infelicidade.

2 – Emoções sociais, secundárias ou aprendidas
Estas emoções surgem como resultado da nossa interação com outras pessoas e do desenvolvimento das nossas capacidades cognitivas. As emoções sociais começam a aparecer por volta dos dois anos e meio ou três anos de idade.
Elas vêm logo após das emoções primárias: o medo aparece primeiro e depois surgem sentimentos como ameaça, aborrecimento, entre outros. Entre essas emoções, podemos destacar ciúmes, culpa, orgulho, vergonha, satisfação, diversão, desprezo.

Como podemos lidar com nossas emoções?
Aqui estão algumas dicas:
Preste atenção aos sinais emocionais o mais cedo possível. Pare por um momento e se pergunte: “Como estou me sentindo?”

1 – Identifique onde sente a emoção no seu corpo. Concentre-se na área onde a sente (no peito, na garganta…).
2 – Dê um nome a cada sentimento. Identifique cada emoção que surgir.
3 – Não julgue seus sentimentos, aceite-os como são.
4 – Procure a origem desses sentimentos e por que eles estão presentes.
5 – Em cada momento, dê a esses sentimentos a importância que merecem.

Vamos pensar juntos? Não faz sentido manter uma emoção depois que a situação passou, principalmente quando se trata de emoções negativas. É um desafio grande mudar o mindset para uma outra emoção positiva, mas é um exercício que vale a pena praticar, é o que faço no meu dia a dia.

Lembre-se de que as emoções fazem parte de nós e são ferramentas essenciais para nossa sobrevivência, indicando que direção devemos seguir, assim como contribuem para o nosso bem-estar. Reconhecê-las e expressá-las nos ajuda a avançar para uma melhor qualidade de vida. E sublimá-las, certamente, contribui para um melhor estado de espírito.

Quando eu falo sobre deixar emoções negativas para trás, não significa que você precisa ser forte o tempo todo. Você precisa ressignificar e aprender com suas emoções, pois o custo de ser forte o tempo todo é bem alto: somatizar e se transformar em dor ou doença física.

Aprendemos muitas coisas, mas raramente aprendemos a nos conhecer emocionalmente.
Por que é importante gerenciar as emoções?
Gerenciar nossas próprias emoções e incentivar os colaboradores a fazer o mesmo é essencial para que a equipe possa ter uma rotina de trabalho equilibrada e harmoniosa.

Esse tipo de autoconsciência ajuda os profissionais a manterem boas relações interpessoais, evitando conflitos internos.

Além disso, o gerenciamento emocional prepara as pessoas para lidarem com frustrações e aceitarem o que não podem controlar, permitindo que reajam de forma tranquila e inteligente em momentos desafiadores.

Um bom gerenciamento emocional também colabora para garantir uma melhor saúde emocional, mental e física dos colaboradores, reduzindo os níveis de estresse e ansiedade e proporcionando um clima organizacional mais positivo para todos.

Por Vera Lorenzo, CEO da Fala Company