Um a cada dez reais pagos em indenizações de seguros no Brasil é destinado a cobrir perdas e danos em cargas durante o transporte. A informação faz parte de um balanço divulgado nesta segunda-feira (29/1) pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg). Segundo a entidade, o setor de seguros pagou R$ 207,2 bilhões em indenizações em 2023 (de janeiro a novembro, excluindo a saúde suplementar). Deste total, R$ 2,4 bilhões foram para o reembolso por sinistros ocorridos durante o transporte, em todos os modais – aquaviário, rodoviário, ferroviário e aéreo, nacional ou internacional (página 16 do relatório Conjuntura CNSeg nº 99 – no mesmo link).
Ainda de acordo com a confederação, o setor arrecadou R$ 4,6 bilhões com seguros de transportes. Ou seja, metade do que foi pago pelas empresas acabou reembolsado para cobrir perdas e danos em cargas ocorridos durante as operações logísticas.
Segundo a AHM Solution, empresa especializada em redução de danos e aumento de produtividade na logística, a tecnologia pode ser uma aliada para reduzir o risco de sinistros durante o transporte e a armazenagem de cargas. “Monitorar as condições de manuseio das mercadorias, do início ao fim da cadeia de suprimentos, permite identificar em que atividade existe alguma falha ou acidente e tomar ações preventivas, para evitar novas ocorrências”, explica Afonso Moreira, CEO da companhia.
Entre as soluções tecnológicas apontadas por ele estão registradores de impacto, que são afixados na carga e informam, em tempo real, se a mercadoria sofreu algum choque ou tombamento que possa comprometer sua integridade. “Um destes dispositivos é o Shocklog, que envia os registros por satélite. Isso possibilita que o embarcador (fabricante) providencie medidas corretivas antes mesmo da mercadoria chegar ao seu destino, como a troca ou reparo do produto”, completa Moreira.
Outra versão destes dispositivos são os indicadores de impacto – etiquetas adesivas que mudam de cor caso a carga sofra um choque acima do suportável. Esta foi a solução adotada por uma indústria metalúrgica de São Paulo, que vinha observando uma série de avarias em suas luvas exotérmicas – utilizadas na fundição de metais. “Os indicadores de impacto Shockwatch demonstraram que essas quebras ocorriam em razão das vibrações durante o transporte e isso alertou para a necessidade de um estudo sobre a segurança da embalagem destes produtos”, relata Moreira.
Neste caso, a AHM Solution atuou em parceria com uma consultoria especializada em embalagens industriais, a SmartSize. “Após identificar a causa raiz das avarias nos produtos, nós revisamos a qualidade dos materiais utilizados na embalagem e definimos ações corretivas para eliminar novas ocorrências durante todo o processo logístico, envolvendo armazenamento, manuseio e transporte, desde a fábrica até o cliente final”, informa Aelton Tomé, da SmartSize.
Sales Lima
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