Há urgência em transformar o modelo de assistir a saúde no Brasil e a questão que emerge é: Como podemos criar um ecossistema sustentável e coordenado, meio a um sistema fragmentado, tendo o envelhecimento populacional como um fenômeno mundial que desponta no cenário da assistência?
Consultas e exames à distância, sequenciamento genético, cirurgias por robôs, dispositivos e aplicativos para monitorar e acompanhar a jornada do paciente e a saúde, em tempo real. Dados para estudo e análise preditiva de eventos médicos, tudo para prevenir, diagnosticar e tratar doenças em estágio inicial. Monitores, dispositivos e aplicativos para acompanhar resultados clínicos a médio e longo prazo. Tudo isso já faz parte do nosso dia a dia. O objetivo é nobre e único, acompanhar o processo de saúde doença ao longo da existência humana. Parece fantástico e será! Assim que o sistema permitir não fragmentar tanto as informações da jornada humana e do cuidar, independentemente do nível de atenção.
O sistema de saúde, público ou privado, ainda é pouco utilizado para prevenção e promoção a saúde, adotando um comportamento voltado ao tratamento de doenças, muitas vezes em seu estágio mais avançado. Em dezembro de 2020 a OMS informou que as doenças crônicas não transmissíveis, DCNTs, estão entre 7 das 10 principais causas de morte no mundo, intensificando foco global na prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e doenças respiratórias crônicas. As doenças que mais matam, são também as que mais oneram o sistema. Temos de considerar também as doenças psiquiátricas que podem levar até 11 anos entre início dos sintomas e diagnóstico, sendo responsável por mais de 1/3 do número total de incapacidade, segundo a Nações Unidas Brasil.
A expectativa de vida que fechou em 77 anos em 2021, quase 3 anos a mais comparado a 2018, segundo o IBGE. No Brasil, 30 milhões de habitantes possuem mais de 60 anos e teremos mais de 60 milhões em 2040. O envelhecimento ativo envolve o processo de melhorias contínuas em três pilares: saúde, participação e segurança. Podemos considerar que atualmente parte da população prolonga sua existência através do avanço da tecnologia médica, muitas vezes com pouca ou nenhuma qualidade de vida.
Levar acesso a saúde e ter a educação como parte integrante do ecossistema. Educar para saúde desde a primeira infância, tanto assistidos, quanto médicos e demais profissionais da saúde para o cuidado integral e direcionamento clínico adequado. Equipe multidisciplinar, atendendo a multidisciplinaridade humana e ter o paciente participando ativamente do processo e dono dos seus dados. O avanço tecnológico vem demonstrando ser grande aliado para essa evolução no sistema, talvez quando a precificação da assistência privada estiver associada ao estilo de vida e perfil epidemiológico, não mais a faixa etária, possamos observar um novo cenário.
Por Paula Bertone Norberto, Gerente de Gestão de Saúde, Inovação, Especialista em Neurociências e Comportamento, THB Brasil
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