A Mesa Redonda Regional da Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP-FI), que aconteceu em São Paulo (SP) na terça-feira, 15 de outubro, teve um dia de programação voltada para o seguro. O evento contou com a abertura do superintendente de Relações de Consumo e Sustentabilidade da CNseg, Pedro Pinheiro, e da vice-presidente de Capital Humano, Administrativo e Sustentabilidade da SulAmérica Seguros e presidente da Comissão de RH da CNseg, Patricia Coimbra.
Em sua participação, Pedro Pinheiro destacou a importância de, ao pensarmos na sustentabilidade do setor de seguros brasileiro, considerarmos que o Brasil é um país de renda baixa. O superintendente da CNseg destacou a segmentação dos mercados de ramos elementares e de pessoas para adaptar a materialidade da agenda global ao contexto nacional. Ele também repassou alguns temas da agenda econômica, social e regulatória que pautarão o desenvolvimento do setor de seguros no curto e médio prazo, como a reforma da previdência social, o incentivo à comercialização de seguros por meios digitais no projeto de inovação (sandbox) da Susep e a incorporação de critérios ambientais, sociais e de governança na gestão de investimentos das seguradoras.
Patrícia Coimbra, por sua vez, abordou a trajetória dos Princípios para Sustentabilidade em Seguros (PSI, na sigla em inglês) no Brasil e a importância da integração das questões ambientais, sociais e de governança na estratégia e no dia-a-dia dos negócios.
No painel seguinte, o líder da Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP-FI, na sigla em inglês), Butch Bacani, falou sobre como os PSI estão moldando a agenda global de seguros sustentáveis, com cada vez mais empresas ao redor do mundo adotando práticas de sustentabilidade desde a criação dos Princípios. “O papel do seguro não deve se limitar a cobrir o choque financeiro, devendo ser ativo no gerenciamento de riscos para a transição para um futuro mais sustentável. A maneira como os investimentos serão feitos também tem impactos para uma agenda de seguros sustentável”, afirmou.
Bacani também informou que o PSI vai lançar o primeiro estudo sobre os riscos do plástico para o mercado de seguros, visando uma agenda de economia azul que garanta que os oceanos sejam sustentáveis. “Se queremos resolver os problemas climáticos, temos que resolver o problema dos oceanos. Tudo está relacionado”, disse. Ele também destacou a importância da preservação dos patrimônios naturais e culturais, como o parque de Foz do Iguaçu e a ilha de Fernando de Noronha. “É triste é que mais da metade dos sítios naturais no mundo – as joias da coroa da humanidade – estejam ameaçados, mas a indústria de seguros pode exercer um papel importante para protegê-los”, concluiu.
No painel seguinte, que abordou a integração dos riscos Ambientais, Sociais e de Governança (ASG) na subscrição de seguros, a superintendente de Estratégia de Negócios e Engenharia de Riscos da Mapfre Brasil, Helga Tomagnini, falou sobre o guia produzido pela seguradora sobre aspectos de sustentabilidade em grandes riscos. “Queríamos trazer esse trabalho para uma ação prática. Nós já fazíamos comitês ambientais e de governanças e queríamos colocar isso no nosso dia a dia da subscrição e o resultado foi o guia”, afirmou.
Comentando a experiência da Mapfre, Pedro Pinheiro afirmou que o guia permite o engajamento com o cliente para melhorar o gerenciamento de risco, o que é muito importante e faz parte da função social do setor. “Hoje, as seguradoras já têm áreas de sustentabilidade integradas às áreas de negócio e a expertise que os resseguradores trazem também é muito importante”, afirmou.
O superintendente da CNseg também abordou os indicadores do Relatório de Sustentabilidade do Setor de Seguros, editado anualmente pela Confederação, que apresentam um diagnóstico setorial sobre a integração dos fatores ASG (Ambiental, Social e Governança) não só no planejamento estratégico, mas também na política de subscrição de riscos. “Os indicadores apontam que ainda há um caminho importante a percorrer, mas experiências como as que estamos comentando hoje demonstram que as empresas brasileiras são inovadoras e acompanham as tendências globais de integração das questões ambientais, sociais e de governança ao negócio”.
Mais informações sobre o evento:
Superintendência – Executiva de Comunicação e Imprensa da CNseg
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