Realizada nesta quarta-feira (11), a quinta edição do “Conexão Futuro Seguro”, maior e melhor evento on-line do mercado brasileiro, foi assistida por mais de 4,5 mil Corretores de Seguros de todas as regiões do Brasil, o que representa um recorde na história do evento.
Organizado pela Fenacor e a Escola de Negócios e Seguros (ENS), o encontro reuniu autoridades, personalidades e lideranças do setor, além de especialistas em diferentes questões de extrema relevância para o mercado e, particularmente, para os Corretores de Seguros.
Logo no começo, após o “esquenta” comandado pelo mestre de cerimônias, Erico Melo, foi apresentado o connection talk “Desafios de um Setor em Transformação”, com as presenças do superintendente da Susep, Alessandro Octaviani; dos presidentes da Fenacor, Armando Vergilio; da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira; e da Capemisa, Jorge Andrade; e do diretor executivo de Produtos Massificados da Tokio Marine, Marcelo Goldman.
Coube ao vice-presidente da Fenacor na Região Sudeste, Boris Ber, a missão de mediar o bate-papo, que trouxe para o público algumas informações importantes.
Octaviani, por exemplo, anunciou que a Susep irá colocar em consulta pública, ainda em junho, algumas minutas de futuras normas que irão regulamentar a Lei 15.040/24 – conhecida como “Marco Legal do Seguro” – e da Lei Complementar 213/25, que dispõe sobre a atuação das cooperativas de seguros e das associações de proteção patrimonial.
Ele adiantou que a intenção da Susep é aprovar uma regulamentação “mais enxuta”, que ajudem o mercado a aumentar sua penetração e a se tornar mais conhecido. “Ninguém compra o que não confia ou não conhece. O mercado precisa dar um salto quântico”, salientou.
Ele citou o exemplo da tragédia no Rio Grande do Sul, em meados do ano passado, que causou perdas da ordem de R$ 100 bilhões. “O mercado de seguros pagou apenas R$ 6 bilhões em indenizações. É muito distante do que deveria”, assinalou o superintendente da Susep.
A falta de penetração do seguro e o desconhecimento de parte da população sobre o que é o seguro também foram apontados pelo presidente da CNseg como grandes desafios para o setor.
Dyogo Oliveira entende que o primeiro passo para superar esses desafios é melhorar a comunicação com o público. “Pesquisa feita pela CNseg indicou que apenas 15% dos entrevistados sabem o que é prêmio. Vamos recomendar que as seguradoras passem a utilizar uma linguagem mais simples, substituindo prêmio por preço, entre outros termos”, revelou.
Por sua vez, Jorge Andrade, destacou que as empresas devem ouvir mais os Corretores de Seguros com frequência para perceberem o que o consumidor, de fato, precisa. “A Capemisa sempre consulta os Corretores parceiros antes de desenvolver novos produtos ou serviços e de criar novas ferramentas tecnológicas”, assegurou.
Já Marcelo Goldman demonstrou preocupação com o que chamou de “desafios regulatórios” que o mercado de seguros precisará superar em 2025 e 2026. “eu mantenho sempre um olhar positivo e plena confiança no crescimento do setor. Há muitas oportunidades. Mas, não se pode esquecer dos desafios, como a necessidade de adequação às novas leis e também à reforma tributária”, alertou o diretor Tokio Marine.
Por fim, Armando Vergilio destacou o fato de 36 mil Corretores de Seguros terem participado das cinco edições do “Conexão Futuro Seguro”, o que indica a importância de a Fenacor ter posto em prática essa proposta, que surgiu em plena pandemia e vem se consolidando desde então.
O presidente da Fenacor também aconselhou os Corretores de Seguros a se informarem com atenção sobre os dispositivos da Lei Complementar 213/25. “Essa lei cria um novo paradigma para o setor e gera um mercado novo e bastante promissor, aberto a quem quiser participar. Não haverá mais associação de proteção veicular”, acentuou.
“Conexão Futuro Seguro” discute impactos da Lei 15.040/24
O quarto e último painel do “Conexão Futuro Seguro 2025” reuniu especialistas para discutir os impactos da Lei 15.040/24, que dispõe sobre os contratos de seguros. Participaram Jessica Bastos, diretora da Susep; Ernesto Tzirulnik presidente do IBDS; e Glauce Carvalhal, diretora Jurídica da CNseg.
O painel destacou os principais impactos da nova legislação, seus desafios e as transformações para o mercado de seguros e, principalmente, para os corretores.
A nova legislação, aprovada após 20 anos de debates, reúne 134 artigos distribuídos em seis capítulos. Para Glauce, o maior desafio está na adaptação do setor a esse novo marco legal, que visa consolidar, em um único repositório, os direitos e deveres de segurados e seguradoras, simplificando as relações contratuais. Ela afirmou que é uma lei complexa, mas representa o resultado de anos de diálogo e construção coletiva.
Jessica Bastos ressaltou que o texto vai além da consolidação de conquistas e regulamentações já existentes. A diretora da Susep lembra que a nova lei moderniza o setor ao incorporar entendimentos consolidados da jurisprudência, o que favorece a uniformização das decisões judiciais e amplia a segurança jurídica. É uma legislação mais sensível às discussões do Judiciário e mais atenta à boa-fé nas relações contratuais, segundo ela.
Para Ernesto Tzirulnik, a legislação se propõe a aproximar os contratos de seguro da realidade do consumidor. “Se os contratos se afastam da vida real, os conflitos aumentam e, com eles, as dificuldades para o corretor. A nova lei ajuda a reduzir esses atritos”, afirmou. Segundo ele, o texto legal deixa claro que cabe à seguradora comprovar eventual agravamento de risco, além de exigir que exclusões sejam especificadas com precisão.
O papel do corretor de seguros também foi destaque no painel. Glauce Carvalhal enfatizou que a nova legislação eleva a responsabilidade e a importância do profissional, que atua como elo entre seguradoras e consumidores. Agora, o corretor passa a ter prazo legal de cinco dias para se manifestar sobre informações prestadas, o que reforça seu compromisso e a necessidade de estar bem informado sobre deveres e obrigações contratuais.
Durante o painel, também chamou atenção o nível de detalhamento da nova norma, que trata de temas como prêmios, riscos e liquidações de forma muito mais específica do que o Código Civil. “Essa mudança exige adaptação jurídica, atuarial, comercial e tecnológica, mas também abre espaço para evolução e aprimoramento do setor como um todo.”, segundo a diretora jurídica da CNseg.
Por fim, Jessica informou que a Susep está adotando uma estratégia de transição gradual, com a publicação progressiva de normas complementares. Ela assegurou que não haverá surpresas, pois o que está na lei será aplicado com previsibilidade.
O painel encerrou o evento reforçando que a Nova Lei do Contrato de Seguros representa um marco de modernização para o setor, exigindo preparação técnica e jurídica por parte dos corretores para que possam exercer plenamente seu papel nesse novo cenário.
LC 213/25 foi tema de painel no “Conexão Futuro Seguro”
O “Conexão Futuro Seguro 2025” debateu um dos temas mais relevantes do momento para o setor: a regulamentação da Proteção Patrimonial Mutualista, através da Lei Complementar 213/25. O debate contou com a participação dos diretores da Susep, Carlos Queiroz; da CNseg, Alexandre Leal; e do consultor de Projetos Especiais da ENS, Augusto Coelho.
O painel foi aberto por Augusto Coelho, que traçou um panorama do processo legislativo que culminou na nova lei, destacando os projetos anteriores (519/18 e 101/23) que abordavam o cooperativismo e foram incorporados à tramitação da LC 213/25.
Segundo ele, é um mercado com potencial para crescer até cinco vezes. Com a nova lei, o corretor de seguros passa a estar formalmente inserido neste contexto, podendo oferecer esse novo produto aos clientes.
Em seguida, Carlos Queiroz destacou que a LC 213/25 coloca sob a supervisão da Susep as associações de proteção veicular e as cooperativas de seguros, integrando-as ao mercado regulado. “O corretor agora tem mais opções para oferecer aos seus clientes, como a proteção mutualista no segmento de automóveis. Isso amplia o portfólio de produtos e gera novas oportunidades de negócios”, explicou.
Porém, ele também alertou para os riscos desse novo modelo. Diferente do seguro tradicional, onde há transferência integral do risco para a seguradora, na proteção patrimonial mutualista o risco permanece com o grupo. Em caso de eventos que ultrapassem os limites previstos, os custos adicionais são rateados entre os participantes. O diretor da Susep alertou que essa diferença precisa ser claramente explicada ao cliente.
Já Alexandre Leal reforçou a importância da regulamentação proporcional aos riscos assumidos por esse tipo de operação. “O setor de seguros vê com bons olhos essa incorporação à supervisão da Susep e ao CNSP. A expectativa é que os normativos sejam construídos com base no princípio da proporcionalidade, de acordo com os riscos envolvidos”, afirmou.
Os debatedores foram unânimes ao destacar que a capacitação do corretor de seguros será fundamental para atuar nesse novo mercado. É essencial que o corretor compreenda esse sistema e seja capaz de explicar claramente ao consumidor a natureza do produto oferecido.
Carlos Queiroz ainda pontuou que a LC 213/25 promoveu aprimoramentos na definição da profissão do corretor, reforçando seu papel como intermediário legal e qualificando-o para atuar também com proteção patrimonial. “O corretor foi preservado e valorizado na nova legislação. Ele continua sendo figura-chave para o funcionamento do sistema”, concluiu.
“Conexão Futuro Seguro” apresenta estudo sobre as mulheres
A edição 2025 do “Conexão Futuro Seguro 2025″ também promoveu uma reflexão profunda sobre a presença feminina no setor de seguros, com base nos resultados do 5º Estudo da Mulher no Mercado de Seguros, lançado terça-feira (10). O debate foi mediado por Maria Helena Monteiro, diretora da Escola de Negócios e Seguros (ENS), e contou com a participação de Liliana Caldeira, presidente da Sou Segura, e Simone Fávaro, também da ENS.
Realizada desde 2012 com periodicidade trienal, a pesquisa mostra avanços significativos na representação das mulheres, embora ainda existam obstáculos a superar, especialmente nos cargos de alta liderança. Os dados revelam que hoje as mulheres representam 56% do mercado, contra 44% de homens. No entanto, à medida que se observa a ocupação de cargos mais elevados, essa proporção se inverte.
Em 2012, havia quatro homens para cada mulher em cargos de C-Level. No estudo atual, esse número caiu para 2,4 homens por mulher, indicando uma mudança relevante na estrutura de liderança do setor, ainda que a desigualdade persista.
Outro destaque do painel foi a abordagem qualitativa do estudo, que colheu a percepção de 635 mulheres sobre o ambiente de trabalho e as oportunidades no setor. Os dados também apontam que todas as seguradoras analisadas ampliaram seus investimentos em programas de diversidade, um passo importante rumo à transformação cultural das empresas.
Maria Helena Monteiro reforçou o papel estratégico da equidade de gênero no desenvolvimento sustentável do setor: “Equidade de gênero dá lucro, não só para as empresas, mas para o mundo que queremos construir.”
O estudo completo está disponível para download no site da ENS.
“Conexão Futuro Seguro” aponta novos caminhos para o Corretor
Mediado pelo presidente da ENS, Lucas Vergilio, um dos painéis mais aguardados pelo público discutiu o tema “Corretor como Protagonistas em Soluções e Inovações”. A expectativa foi gerada pelo fato de todos os participantes serem reconhecidos pelo elevado nível de conhecimento nos temas tratados: Certificação para Assessor de investimentos (Ildebrando Neres); Inteligência Artificial (Ricardo Villaça); e Inovação (Samy Hazan).
Neres falou sobre a sua experiência própria antes de sugerir que os Corretores de Seguros diversifiquem seus negócios, atuando também como planejadores financeiros do cliente. “Fiz isso há seis anos e não me arrependo”, frisou o especialista, que é Corretor de Seguros ativo e também foi credenciado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para operar no setor financeiro.
Já Villaça demonstrou grande entusiasmo com os possíveis reflexos do uso da Inteligência Artificial no mercado de seguros, especialmente na rotina profissional dos Corretores de Seguros. “A IA é a quarta revolução industrial. O Corretor deve ter uma estratégia para o uso da Inteligência Artificial, que vai permitir a hiperpersonalização do atendimento a o cliente”, recomendou.
Por fim, Samy Hazan afirmou que o rápido avanço da tecnologia e da inovação trouxe também mudanças no comportamento das pessoas. “Isso traz novos riscos e necessidades dos clientes. Então, o Corretor de Seguros precisa estar pronto para acompanhar de perto os riscos que vão surgindo a todo o momento”, aconselhou o especialista, acrescentando que, nesse novo cenário, o Corretor de Seguros deixa de ser apenas um distribuidor para ser um “agente transformador”.
Assessoria de Imprensa Fenacor
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