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5 dicas para proteger operações logísticas do roubo estratégico de cargas

20 de maio de 2024
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Além do Brasil, países como Argentina, Chile, Colômbia e Peru também enfrentam os riscos do roubo de carga tradicional, que é o sequestro de caminhões em trânsito. Esse modus operandi do crime representa mais de 70% das ocorrências nas Américas, conforme informações apuradas pelo Hub de Inteligência da ICTS Security com base em diferentes estudos regionais.

Os dados analisados também mostram que, ao longo de 2023, foi observado um incremento do roubo de carga decorrente de desvios de embarque, também conhecido como “roubo estratégico”.

Dentre as modalidades de roubo estratégico mais registradas em 2023, as fraudes, por desvio interno, ou seja, causadas por colaboradores orgânicos ou terceirizados, e as coletas fictícias, na qual são usadas identidades roubadas para obter o frete e redirecioná-lo para longe do destinatário pretendido, são as que mais subiram, com crescimento de mais de 400% nos países latino-americanos.

Essa alta ocorre ao passo que há uma crescente utilização de poderosas plataformas on-line e aplicativos capazes de movimentar fretes rapidamente. Alinhados com a evolução dos sistemas de controle logístico, quadrilhas especializadas estão burlando listas digitais e controles de segurança para realizar coletas fictícias. Tudo isso é feito pegando carona na transformação natural para mais reservas de frete digitais, bem como na demanda contínua por prazos de entrega cada vez mais rápidos.

Porém, as empresas não precisam ser reféns desses criminosos. Existem formas eficazes de se proteger dos roubos estratégicos também no caminho das inovações e das preferências dos consumidores. Mas, engana-se quem pensa que a solução está completamente nas mãos da tecnologia.

Para mitigar esse tipo de risco, as boas práticas de segurança indicam a adoção de cinco passos de prevenção ao roubo de carga, conforme elencados abaixo.

1. Processos e procedimentos – a implementação dessas recomendações de baixo custo visam estabelecer um fluxo simplificado de comunicação e treinamento aos stakeholders para que eles tenham a percepção de risco sobre o modus operandi do roubo de carga.

2. Segurança de embarcadores e empresas de transporte rodoviário – essas organizações devem ser orientadas e posicionadas em linha sobre os tipos de travas de segurança necessárias para reforçar sua operação. Implementando o processo mencionado no item anterior, essa etapa se torna mais óbvia e fácil de ser conduzida.

3. Operação logística – neste setor é recomendada a adoção de tecnologias ostensivas e dispositivos de rastreamento secretos ou fechaduras operadas remotamente. Esses itens podem ser instalados em reboques e operados a partir da sede da empresa.

4. Testes de integridade – devem ser utilizados para mensurar o nível de flexibilidade ética e moral das equipes que manuseiam as cargas. Isso ajuda a entender os atores com maior suscetibilidade a desvios comportamentais que podem levar a facilitação de crimes.

5. Dados e indicadores da operação – acompanhar essas informações é de extrema importância, pois possibilitam identificar indícios de incidentes, tendências e preditividade de roubos de carga, além de horários, localizações e pessoas envolvidas, entre outros.

Como percebemos, ao contrário do que as empresas pensam, nem todas as medidas de segurança envolvem uma grande transformação ou investimento. Isso porque, apesar do uso de tecnologia figurar entre as principais medidas de segurança empregadas nas operações logísticas, existem passos anteriores a serem implementados, como os processos e o cuidado com as pessoas.

De uma forma geral, as pessoas criam e cumprem processos que facilitam a implantação de tecnologia, mas por outro lado, elas também descumprem esses processos e burlam a tecnologia.

Ou seja, o principal pilar a ser trabalhado em qualquer tipo de operação empresarial é, e sempre será, o ponto de vulnerabilidade mais latente. Sendo assim, o que as empresas podem fazer é apostar em uma organização estruturada para evitar os riscos de segurança. Daí a importância de se manter o tripé ‘pessoas, processos e tecnologia’ em perfeito equilíbrio e harmonia.

  • Por Anderson Hoelbriegel é diretor de negócios da ICTS Security, empresa de origem israelense que atua com consultoria e gerenciamento de operações em segurança

Image Comunicação

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