A lógica utilizada pelos agentes financeiros para lidar com o dinheiro e com as decisões importantes vem sendo transformada pela tecnologia. Para ilustrar, segundo pesquisa realizada pela FEBRABAN em 2023, os investimentos em inovação feitos pelo mercado financeiro cresceram 18% em 2022 – representando quase R$35 bilhões em investimentos na área. Diante desse cenário, cada vez mais, o uso de ferramentas inovadoras e inteligência artificial se torna um importante fator decisório, impactando diretamente nas tarefas humanas e nos processos lógicos.
“A tecnologia não somente atua como facilitador do dia-a-dia, mas também, é um importante agente decisório. Isso porque, é capaz de fazer uma análise mais fria, detalhada e livre de preconceitos do que os próprios gestores humanos. Para o setor de finanças, em que há uma grande necessidade de análise e diagnóstico, o uso de novas ferramentas é um divisor de águas”, explica Gonzalo Parejo (foto), fundador da Kamino, fintech que desenvolveu um software completo de gestão para empresas.
De acordo com o executivo, decisões financeiras, em todas as escalas, correm o risco de serem prejudicadas por vieses comportamentais e cognitivos, fazendo com que crenças e hipóteses próprias dos gestores impactem nas escolhas. “É natural que, considerando somente experiência, as pessoas ignorem ou desconsiderem evidências claras de que as finanças não estão indo bem. Muitas vezes, tomando decisões baseadas em intuições, sem analisar completamente todas as informações disponíveis – esse é o ponto em que a tecnologia se torna a palavra-chave”, explica.
Isso porque, de acordo com Parejo, ferramentas mais modernas de gestão no mercado são capazes de fazer análises completas e maduras sobre dados financeiros, permitindo um panorama de todos os aspectos da empresa. Ao mesmo tempo, evitam a criação de estratégias que, a longo prazo, podem se tornar armadilhas e gargalos que não representam a capacidade total do negócio – facilitando ou dificultando, desnecessariamente, o atingimento de indicadores de performance, por exemplo.
O empreendedor complementa que uma cultura data-driven, transparente e que consegue reconhecer pontos fortes e fracos, é essencial para finanças mais saudáveis. “Como líder, não só é importante ter informações sobre as finanças, como também é necessário transparência sobre as capacidades do time e da própria liderança, assumindo as possibilidades de problemas de performance e execução para além do operacional. A tecnologia, nesse sentido, é um importante aliado, pois permite a tomada de decisão crítica e assertiva, ao invés de intuitiva”, completa.
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