As projeções compiladas no relatório Focus desta semana continuam a mostrar os efeitos das medidas recentemente aprovadas para conter a alta dos preços dos combustíveis e aumentar as transferências de renda até o final deste ano, com impactos distintos no curto e no longo prazo: tanto a inflação quanto o crescimento do PIB melhoram no curto prazo, mas têm seus resultados comprometidos de 2023 em diante. A mediana das projeções para a variação do PIB em 2022 subiu para 1,93%. Para o ano que vem, entretanto, a projeção mediana apresentou leve queda, chegando aos 0,49%. O mesmo ocorreu com a projeção para o IPCA: caiu expressivos 0,25p.p., para 7,3% em 2022, mas subiu 0,1p.p. para o ano que vem, chegando aos 5,3%. O economista Pedro Simões, do Comitê de Estudos de Mercado da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), destaca no boletim sobre expectativas econômicas desta segunda-feira, 25 de julho, que a meta da inflação para o ano que vem é 3,25%, como definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com bandas de tolerância simétricas de 1,5p.p.. “Ou seja, a projeção de inflação para o ano que vem já está acima do teto da meta, de 4,75% e continua a subir. Indicadores tradicionais da confiança na política fiscal, como os juros futuros e os indicadores de risco-país, deram sinais inequívocos de que tais medidas – sendo a mais recente PEC 1/2022, também conhecida como das “Bondades” – deterioraram as expectativas para a situação fiscal do País, o que alimenta o quadro descrito nas projeções acima”.
Simões chama a atenção para os possíveis efeitos das expectativas de inflação em alta para o ano que vem e percepção de política fiscal mais expansiva. “O Banco Central pode sentir pressão por mais aumentos na Selic, ainda que se entenda que os efeitos do ajuste já realizado desde o ano passado ocorrem com defasagem e, portanto, não ocorreram plenamente”, avalia.
As projeções para a Selic se mantiveram estáveis essa semana, mas, pela primeira vez, já há instituições consultadas pelo Focus projetando Selic ao final deste ano acima de 15%, quando se observa a estatística de máximo das expectativas. Como nota positiva, vale destacar o impacto dos resultados melhores que o esperado nas últimas divulgações da PNAD Contínua, mostrando o mercado de trabalho se recuperado com um pouco mais de força. A projeção para a taxa de desocupação média vem caindo há várias semanas, tanto para este quanto para o próximo ano.
Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas semanal feito pela Superintendência de Estudos e Projetos (Suesp) da CNseg, no portal de CNseg.
Assessoria de Imprensa CNseg
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