O mercado de seguros no Brasil passa por um cenário positivo, registrando arrecadação de R$ 82,14 bilhões nos três primeiros meses de 2022. O montante representa crescimento de 15,4% em relação ao mesmo período de 2021, quando foram movimentados R$ 71,16 bilhões. No ano passado, a alta foi de 11,8% em comparação ao mesmo período de 2020, com faturamento de R$ 306,31 bilhões, segundo os dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Por conta da pandemia de Covid-19, os hábitos mudaram e o foco do consumidor foi seguro de vida, prestamista, funeral, auxílio doença e acidentes pessoais. Dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) mostram que a arrecadação do mercado de seguros de pessoas cresceu 12,72% em 2021. Em termos de valores, foram R$ 51,17 bilhões em prêmios.
Este panorama favorece oportunidades no mercado de seguros, não somente para quem já atua no setor, mas também para a entrada de pessoas que querem uma nova profissão atuando como corretor de seguros. “O mercado de seguro segue em ascensão em relação às vendas e proteção, e vale apontar que ainda estamos muito abaixo do potencial do mercado, já que apenas 20% da frota de veículos é segurada e 14% das residências possui proteção, entre outros segmentos”, observa Luiz Longobardi Junior, diretor de Mercado e Distribuição da Lojacorr – maior rede de corretoras de seguros independentes do país.
Transformações no mercado de seguros
Os números do setor são fatores favoráveis para a profissão, mas para ser bem sucedido, o diretor afirma que o corretor deve estar sempre aberto para o novo, pois o mercado é dinâmico e está em constante transformação, em vista das necessidades que surgem com o passar dos anos e abrem novos nichos e tipos de seguros. Acima de tudo isso, o corretor deve ter foco constante na proteção da vida, saúde, patrimônio e responsabilidade civil de seus segurados, proporcionando seu bem estar desde o primeiro contato. “O corretor tem que estar sempre presente no mindset do seu cliente como um aconselhador, conhecendo suas necessidades”, explica.
Com a digitalização do mercado, surgiram novas possibilidades, como o Open Insurance (Sistema de Seguros Aberto), em que consumidores de produtos e serviços de seguros, previdência complementar aberta e capitalização, permitem o compartilhamento de suas informações entre diferentes sociedades autorizadas e credenciadas pela Susep, para otimizar o acesso aos seguros. Mesmo com a digitalização, o corretor de seguros ainda continua no centro da negociação, sendo o ponto de confiança do segurado. Para o corretor, o Open Insurance será a oportunidade para customizar a oferta para o cliente e atender exatamente sua necessidade. “Não tenho dúvida de que estamos passando por uma profunda transformação. A pandemia acelerou muitos processos de digitalização e muitos outros estão por vir. Entretanto, o principal é sempre ter o cliente como foco ”, comenta o gestor.
Como se tornar um corretor de seguros
Para que o corretor seja bem sucedido, é necessário ter o conhecimento técnico, mas também definir uma estratégia para prospectar clientes e negócios, além de construir uma rede de relacionamento.
Ednelson Corrêa da Silva é o responsável pela Corrêa e Cubas Corretora de Seguros, em São José dos Pinhais, no Paraná, parceira da Rede Lojacorr. Conhecido como Dino, ele mudou de área há 14 anos, tomando a decisão de se tornar um corretor de seguros após passar 10 anos como vendedor em concessionárias de automóveis, sendo que foi neste segmento que teve contato com o universo segurador. “Nas concessionárias havia corretora de seguros interna e eu apoiava esse serviço. Por isso, acabei aprendendo um pouco sobre o setor”, relata.
Quando mudou de emprego para trabalhar em uma revendedora de veículos, conheceu Sonia Maria da Cunha, da Konrad Seguros, parceira da Rede Lojacorr. Disposto a mudar de ramo e se tornar um corretor de seguros, iniciou um estágio em sua corretora. Além do estágio, Dino fez todos os procedimentos para obter a habilitação da Susep. Realizou também treinamentos e cursos de capacitação pela Rede Lojacorr, da qual se tornou um parceiro, com acesso ao ecossistema da Rede, que hoje conta com mais de 40 companhias seguradoras, possibilitando negociações em todo o Brasil e uma variedade de ramos, o que ajuda na evolução dos profissionais. “Quando comecei, meu foco era seguro de automóvel, um produto mais próximo do meu conhecimento, mas fui aprendendo sobre outros ramos, como o de condomínios, em que me especializei. Comecei em 2008 e um ano depois eu já ganhava o equivalente ao meu salário na loja de automóveis”, afirma.
Idade não é obstáculo
Dino hoje tem 56 anos. Quando mudou de profissão, tinha 41, e desde o primeiro momento percebeu que a idade não seria um empecilho nos novos rumos que traçou em sua vida. “Tive a convicção quando conheci corretores com idade mais avançada trabalhando em plena atividade”, relata.
Com mais de 40 anos de experiência no mercado, Luiz Longobardi confirma a afirmação de Dino. “O mercado de corretagem de seguros talvez seja um dos poucos onde a idade não tem tanta relevância, seja jovem ou mais maduro, desde que se tenha vontade de aprender e se capacitar. O mais importante é gostar de proteger pessoas e patrimônios, estar aberto para o novo, e ter como visão que o corretor pode contribuir de forma muito importante para reduzir significativamente impactos nas vidas das pessoas e empresas”, finaliza.
Lide Multimídia
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