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23 Feb

A nova indústria de seguros e o papel das assistências*

24 de setembro de 2021
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No mês passado, tive a oportunidade de participar de um encontro para discutir sobre a nova indústria de seguros com colegas do setor, no qual foram compartilhadas diversas reflexões sobre a fase que vivemos e o que esperar do futuro. Mesmo após a conclusão do evento, continuei pensando no tema e, claro, associei diretamente a nova indústria a um novo mercado. O que isso significa? Basicamente, é a visão de que, entre todas as mudanças que estão ocorrendo, o momento é ideal para ampliar a indústria e, com isso, para o setor segurador criar um novo mercado – de fato –, ou seja, oferecer produtos que ainda não existem para pessoas que não compram serviços relacionados a proteção (seja seguro, assistência ou outro).

Claro que esse desenvolvimento não vem sem o custo de abrir o mercado, como tentativa e erro, custos de marketing, estudos e tantos outros – isso em um momento em que a indústria tem sua margem reduzida drasticamente, o que, naturalmente, dificulta investimentos de médio e longo prazos.

Mas o fato é que o mercado atual está cada vez mais competitivo, com novos canais de distribuição, custos extras e sinistralidades em alta. E foram justamente esses fatores que levaram à redução das margens da indústria. Isso tem sido uma tendência, ano após ano.

Estamos em um momento em que algo terá de mudar para termos um mercado sustentável e de qualidade para todos os envolvidos na nossa cadeia de serviços. Se a opção for focar o que temos hoje (com seu crescimento natural), a tendência de consolidação de empresas, retração no quadro de colaboradores e diminuição na inovação de produtos pode se tornar uma realidade em um futuro não muito distante – em que o mercado terá de se modificar para que exista lucro suficiente para todos os envolvidos na indústria – e não o que temos hoje em dia.

Sabemos que ainda temos, como indústria, fôlego para aguentar mais algum tempo – até mesmo porque as taxas dos investimentos voltaram a subir e isso ajuda na consolidação de resultados. E, se conseguirmos balancear o foco no hoje para gerar o fluxo econômico necessário em cada empresa e reservar parte dos recursos para o desenvolvimento de um novo mercado real, conseguiremos não apenas manter os atuais players como também trazê-los de volta ao lucro e ainda criar espaço para inúmeras novas empresas dentro da indústria de seguros.

Isso não acontecerá da noite para o dia, e sim fará parte do que chamo de transformação contínua, algo que sempre defendi e busco implementar tanto no trabalho como na vida pessoal. Isso nada mais é do que focar o hoje e o futuro em curto e médio prazos – deixo o longo prazo de fora dada a velocidade das mudanças atuais. Apenas para ilustrar: se cada empresa dedicasse 70% de seus recursos para o hoje, com foco em manter o fluxo necessário atual, 20% no desenvolvimento de projetos de curto prazo (que serão testados em até 12 meses e, dependendo de seu resultado, escalados ou não) e 10% em exploração para o futuro em médio prazo (projetos conceituais, dos quais alguns tornaram-se projetos de curto prazo), isso feito de forma contínua geraria um fluxo transformacional constante que, além de trazer benefícios à indústria, poderia englobar um novo público para fazer parte da realidade de serviços de proteção privada. Esse movimento é muito necessário há tempos em nosso país, ainda mais no cenário atual.

Qualquer dos caminhos escolhidos não será simples e, muito menos, com ventos tranquilos. Ambos trazem incertezas. No novo mercado, por exemplo, existe um número de variáveis desconhecidas maior – o que aumenta a incerteza e leva à pouca aderência a essa busca. Existem também as incertezas no mercado existente e as certezas que tínhamos ontem, mas mudam hoje e assim por diante – ou seja, temos uma sensação de algo mais estável, mas será que realmente é?

Eu, particularmente, acredito que é melhor desenvolvermos um novo mercado – até mesmo pela baixa penetração dos produtos de proteção no Brasil. O desafio está sobre a mesa e a questão agora é: de que lado cada um estará? Quais serão os desbravadores nesse cenário? O futuro nos trará a resposta de qual foco obteve melhor resultado. Acredito que será muito interessante rever este artigo em 12, 24, 36 ou 48 meses – justamente para comparar com o cenário de cada momento mencionado para ver para qual lado a balança pendeu.

* por Newton Queiroz é administrador e economista formado pela York University do Canadá, com mestrado em Fundamentos da Administração pela Schulich School of Business do Canadá, e CEO da Europ Assistance Brasil.

Ketchum

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