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19 Apr

Seguros como setor estratégico para a América Latina e Espanha em debate

19 de março de 2021
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Impactos da pandemia, inovações tecnológicas e o futuro do setor segurador em três diferentes países (Brasil, Bolívia e Espanha) foram os temas do painel que reuniu, nesta sexta-feira (19/03), o Presidente da Confederação Nacional das Seguradoras e da Comissão Regional Sul da Federação Interamericana de Empresas de Seguros (FIDES), Marcio Coriolano, o Presidente da FIDES, Rodrigo Bedoya, e a Presidente da Unión Española de Entidades Aseguradoras y Reaseguradoras (Unespa), Pilar González de Frutos. O vídeo está disponível na integra no canal da Conferência.

Espanha, Brasil e Bolívia ocupam postos distintos no campo da inovação, mas a tendência é de forte aceleração dos recursos tecnológicos para a transformação digital do setor, concordam os três dirigentes. Marcio Coriolano ressaltou a celeridade do setor ao realizar a mudança para o ambiente digital assim que foi declarada a pandemia pela Organização Mundial da Saúde, em março de 2020. “Em uma semana ou menos todos os nossos colaboradores estavam trabalhando no regime de home office, sem perda da eficiência operacional. A digitalização já era uma tecnologia embarcada no setor segurador brasileiro”, afirmou Coriolano.

A Espanha, integrante da União Europeia (UE), promove avanços significativos nos marcos regulatórios em favor da digitalização, “algo que vai ocupar os executivos de seguros na sua consecução pelos próximos anos”, assinalou Pilar de Frutos. A Presidente da Unespa citou dois exemplos que asseguram o crescimento exponencial da digitalização do setor segurador espanhol. Um deles é a recente lei de sandbox regulatório para promover avanços das insurtechs no seu País, aprovada pelo órgão de supervisão do mercado espanhol. O outro são as diretrizes da Europa Digital – programa do Conselho Europeu para ampliar a digitalização de todos os setores econômicos com leis específicas para ampliar o crescimento e a resiliência econômica da UE, sobretudo diante de eventos atípicos como pandemias ou mudanças climáticas.

Na Bolívia, segundo o Presidente da Fides, o setor trocou de patamar em termos de imagem institucional, passando a incluir-se entre as atividades mais modernas e de vanguarda após sua guinada digital ocorrida durante a crise sanitária, o que foi fundamental para manter as operações de atendimento aos segurados e corretores por meio virtual. Ao mesmo tempo, explicou Bedoya, os avanços tecnológicos adotados pelas seguradoras são transformadores sobre seu modus operandi e um caminho sem volta para racionalizar custos administrativos. Para Rodrigo Bedoya, será o fim do ciclo de seguidas viagens corporativas, participação em congressos e trabalho presenciais, dados os custos elevados. “A indústria de seguros da Bolívia não voltará a ser a mesma da fase pré-pandemia”, assegura o Presidente da Fides.

Para Marcio Coriolano, tal como na Espanha, o sandbox também já é uma realidade, porém ele vê as insurtechs não como concorrentes, mas como serviço complementares. Não fosse a tecnologia de transações remotas, segundo ele, a severidade da pandemia seria ainda maior no setor. Embora o setor tenha fechado o ano com alta nominal de 1,3%, com receita de R$ 274 bilhões, o crescimento real foi negativo em 1,6%, e os ramos e modalidades de seguros apresentaram desempenho heterogêneo entre si. Algo que tem relação direta com o tamanho do tombo do PIB do Brasil em 2020 (-4,1%), que retrocedeu aos níveis de 2017, porque o setor de serviços, que responde por 70% do produto interno, foi o mais atingido pelas regras de restrições à mobilidade urbana e ao funcionamento dos estabelecimentos. “O agronegócio foi o segmento que impediu uma queda mais pronunciada do PIB”, informou Marcio Coriolano.

Enquanto o Brasil e a Espanha já contam com leis que tratam do sandbox regulatório- ambiente experimental para avaliação de projetos inovadores de seguros, focados em tecnologia e redução de custos aos consumidores-, a Bolívia convive com um descompasso entre o marco regulatório e as ações voluntárias de inovação das seguradoras. “A Bolívia está muito atrasada em termos de normativo atualizado de digitalização do setor. Isso impede o avanço do setor no campo da inovação porque há o limite regulatório. Embora a migração digital tenha sido vital para o mercado boliviano na pandemia, não há salvaguardas legais para a continuidade das operações virtuais”, conta Rodrigo Bedoya, citando, como exemplo, a proibição de venda de seguros por meios remotos.

Os três dirigentes avaliaram os efeitos das big techs no setor, com a Presidente da Unespa destacando a necessidade de haver regras iguais para todos os players, a guinada digital e sua repercussão nos canais de distribuição, com um possível “perde e ganha” dos corretores para os produtos massificados e maiores espaços nos seguros de maior complexidade, como os de grandes riscos. No Brasil, Marcio Coriolano informou que os corretores deverão incorporar novas tecnologias à rotina de trabalho, investir na qualificação contínua para oferecer soluções adequadas a clientes empobrecidos pela pandemia e olhar de vez para o segmento de baixa renda da população como caminhos para manter o protagonismo na distribuição.

Para todos, o setor de seguros demonstrou mais uma vez sua importância para tornar as economias mais resilientes, seu caráter estratégico, tornando-se o endereço preferencial de proteção contra inúmeras incertezas, que vão de riscos de novas pandemias à severidade e frequência das mudanças climáticas.

Assessoria de Imprensa CNseg

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