00:00:00
18 May

ANS flexibiliza garantias financeiras e ativos garantidores

9 de abril de 2020
522 Visualizações

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) definiu novas medidas para mitigar os impactos da pandemia de Coronavírus nos planos de saúde. A Diretoria Colegiada da agência decidiu, na reunião realizada em 8 de abril,  ampliar a flexibilização das normas prudenciais, permitindo autonomia na gestão dos recursos garantidores das provisões técnicas e equalizando a exigência de capital regulatório para as operadoras que já constituiram 100% do capital exigido, para uso em ações de combate à Covid-19. Portanto  a ANS estabeleceu contrapartidas para as empresas  cumprirem, mediante assinatura de termo de compromisso, para proteger os beneficiários dos planos e da rede de prestadores de serviços. Considerando as referidas medidas aprovadas e as deliberadas em 31 de março deste ano, o montante de capital e recursos financeiros disponibilizado somam aproximadamente R$ 15 bilhões.

Concessão dos incentivos voltados às operadoras em situação regular junto à ANS:

• Retirada da exigência de ativos garantidores de Provisão de Eventos/Sinistros a Liquidar (PESL-SUS) – A operadora fica desobrigada de manter ativos garantidores relativos aos valores devidos a título de ressarcimento ao Sistema Único de Saúde (PESL SUS) no período que vai da data de assinatura do termo de compromisso até 31/12/2020. A medida visa ampliar a liquidez das operadoras, liberando recursos financeiros que poderão ser utilizados para fazer frente a eventual aumento da demanda por atendimento médico ou índices de inadimplência. Com essa medida, há a previsão de redução imediata de R$ 1,4 bilhão de exigências de ativos para as operadoras que atuam no setor.

• Possibilidade de movimentar os ativos garantidores em montante equivalente à Provisão de Eventos Ocorridos e Não Avisados (PEONA): Será retirada a exigência de vinculação dos ativos garantidores na proporção equivalente à PEONA contabilizada, o que permitirá às operadoras uma gestão mais proativa dos seus ativos financeiros. Assim, será possível à operadora adequar o fluxo de pagamento à sua rede prestadora médica e hospitalar em um cenário de eventual queda da liquidez. Conforme previsto na legislação do setor, as operadoras devem manter ativos garantidores registrados junto à ANS na proporção de um para um em relação as provisões técnicas, vinculando-os conforme previsto no art. 3º da referida RN. Neste sentido, estima-se um impacto de R$ 10,5 bilhões em PEONA.

• Redução da exigência da Margem de Solvência para 75% também para as seguradoras especializadas em saúde e operadoras que não estão em fase de escalonamento: Essa medida permite uma resposta mais rápida às necessidades financeiras dessas empresas, oportunizando equiparação das regras com os demais agentes do setor. Dessa forma, há a previsão de redução imediata de aproximadamente R$ 2,7 bilhões para as nove seguradoras que atuam no setor com alto nível de capitalização e que concentram uma parcela expressiva de beneficiários no setor, além de outros R$ 200 milhões para as demais operadoras contempladas.

A ANS já havia deliberado,  em 31/03/2020,  a antecipação do congelamento de exigências de capital (Margem de Solvência) para as operadoras que manifestem a opção pela adoção antecipada do capital baseado em riscos (CBR). Assim, para as operadoras que se encontram em constituição escalonada (exigência crescente a cada mês), a margem de solvência será estabilizada e em percentual fixo de 75%. Para as operadoras que manifestarem essa opção até 30/05/2020, os efeitos do congelamento da margem de solvência serão retroativos a 31/03/2020. O objetivo desta medida é conceder liquidez ao setor, tendo em vista o congelamento de percentual de exigência que crescia mensalmente. Estudos técnicos apontam uma redução de aproximadamente R$ 1 bilhão da quantia exigida para todo o setor, utilizando como referência as projeções para o mês de dezembro/2019.

Contrapartidas exigidas

Como forma de proteger os beneficiários e os prestadores de serviços de saúde que fazem parte de da rede credenciada, a ANS exigirá contrapartidas das operadoras que aderirem às medidas. Para isso, assinarão termo de compromisso se comprometendo a:

• Renegociação de contratos: a operadora deverá oferecer a renegociação dos contratos, comprometendo-se a preservar a assistência aos beneficiários dos contratos individuais e familiares, coletivos por adesão e coletivos com menos de 30 (trinta) beneficiários, no período compreendido entre a data da assinatura do termo de compromisso com a ANS e o dia 30 de junho de 2020.

• Pagamento regular aos prestadores: a operadora deverá se comprometer a pagar regularmente, na forma prevista nos contratos com sua rede prestadora de serviços de saúde, os valores devidos pela realização de procedimentos e/ou serviços que tenham sido realizados entre 4 de março de 2020 e 30 de junho de 2020. A medida deve atingir todos os prestadores de serviços de saúde integrantes de sua rede assistencial, independentemente de sua qualificação como contratados, referenciados ou credenciados.

As medidas contribuem para que o setor possa enfrentar a tendência de diminuição da solvência e da liquidez das operadoras, reflexo do cenário de retração econômica deflagrado pela pandemia, evitando que a assistência à saúde dos beneficiários seja colocada em risco. A preocupação da ANS frente aos impactos econômico-financeiros no setor decorrentes do surto do Coronavírus vem sendo discutidas amplamente pela reguladora. As medidas mais recentes nesse sentido foram tomadas na semana passada, como por exemplo  a antecipação do congelamento de exigências de capital  e o adiamento de novas exigências de provisões de passivo. Com isso, a ANS visa conferir às operadoras de planos de saúde maior flexibilidade de recursos para que respondam de maneira mais efetiva às prioridades assistenciais  pela Covid-19.

M.K. – Redação Revista Insurance Corp

You may be interested

Locatícia Junto é destaque no Cupola Summit
Junto Seguros
49 Vizualizações
Junto Seguros
49 Vizualizações

Locatícia Junto é destaque no Cupola Summit

Publicação - 17 de maio de 2024

A Junto Seguros, uma empresa especializada em soluções de seguros corporativos para empresas e com mais de 30 anos de história, marca presença no Cupola Summit 2024, nos dias…

Susep participa de debate sobre o mercado de proteção veicular
Susep
49 Vizualizações
Susep
49 Vizualizações

Susep participa de debate sobre o mercado de proteção veicular

Publicação - 17 de maio de 2024

A Superintendência de Seguros Privados (Susep), representada pelo Diretor Carlos Queiroz, participou nesta sexta-feira (17) de mais uma edição do evento "Conversa com o Judiciário", que ocorreu…

ESG e o mercado de seguros: práticas e impactos na sociedade
Artigo
59 Vizualizações
Artigo
59 Vizualizações

ESG e o mercado de seguros: práticas e impactos na sociedade

Publicação - 17 de maio de 2024

O conceito de ESG (do inglês Environmental, Social and Governance) tem se tornado cada vez mais relevante na indústria de seguros, com impactos significativos em diversas frentes. A…

Deixe um Comentário

Seu endereço de email não será publicado.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Mais desta categoria

WordPress Video Lightbox Plugin