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30 Jan

A indústria do petróleo e a transição energética: um debate complexo

29 de janeiro de 2025
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A indústria do petróleo desempenha um papel fundamental na economia e na matriz energética do Brasil, impulsionando o desenvolvimento e o progresso nacional. Com recordes de produção e investimentos bilionários, o setor gera milhões de empregos, o que consolida sua importância socioeconômica. Para fins de análise e reflexão, somente no ano passado, por exemplo, o país registrou recorde na produção média de petróleo e gás totalizando mais de quatro milhões de barris de óleo por dia, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Soma-se ainda os bilhões de reais investidos por ano e outros milhões de empregos diretos e indiretos gerados.

É importante observar a disparidade na distribuição das matrizes energéticas entre diferentes regiões, como Europa, EUA e Brasil. Enquanto a Europa diversifica suas fontes de energia, os EUA ainda dependem fortemente de combustíveis fósseis, e o Brasil se destaca por sua matriz majoritariamente renovável, sendo uma das mais limpas do mundo. Com baixas emissões de CO2 na exploração e produção de petróleo, essa realidade coloca o país em uma posição de vanguarda na busca por um futuro energético sustentável e em um lugar promissor na transição energética global que é, sem dúvida, essencial para mitigar as mudanças climáticas, mas exige uma abordagem gradual, estratégica e, acima de tudo, sem hipocrisia.

Argumentos a favor da produção de petróleo durante a transição energética:

  • Estabilidade econômica e energética: o petróleo garante estabilidade, principalmente em regiões dependentes da indústria.
  • Tecnologia de mitigação de emissões: investimentos em tecnologias como Captura e Armazenamento de Carbono (CAC) podem reduzir as emissões.
  • Impacto econômico e social: a indústria petrolífera gera empregos e receitas importantes para diversos países.
  • Fornecimento de energia confiável: o petróleo oferece confiabilidade, enquanto energias renováveis ainda enfrentam desafios de intermitência.
  • Inovação: investimentos em pesquisa e desenvolvimento podem tornar a produção e o uso do petróleo mais eficientes e sustentáveis.

É preciso desmistificar a ideia de que a produção de petróleo é intrinsecamente incompatível com a sustentabilidade. Com sua experiência e compromisso com o meio ambiente, o Brasil pode liderar um novo modelo de desenvolvimento energético, conciliando prosperidade econômica, justiça social e responsabilidade ambiental. Uma ruptura abrupta com a indústria do petróleo pode gerar graves consequências socioeconômicas, especialmente para as populações mais vulneráveis. Além disso, é crucial lembrar que as tecnologias de energia limpa também apresentam impactos ambientais. A produção, operação e descarte de equipamentos como painéis solares, turbinas eólicas, baterias e hidrelétricas podem gerar problemas como desmatamento, uso de recursos naturais, emissões de GEE, resíduos tóxicos e impactos sobre a vida selvagem.

Pontos-chave para uma discussão honesta e transparente sobre o futuro da energia:

  • Reconhecimento da realidade: existem disparidades de desenvolvimento e recursos entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. É preciso, ainda, considerar que o Brasil se destaca por sua matriz energética verde e pela produção de petróleo com baixas emissões na busca por soluções globais;
  • Combinação estratégica de fontes: a transição energética não precisa ser radical. A produção de petróleo, com tecnologias de mitigação de emissões, pode coexistir com a expansão das energias renováveis, garantindo segurança energética e desenvolvimento econômico;
  • Transparência: atribuir metas ambiciosas, realistas e acompanhadas de planos concretos de implementação;
  • Inovação e tecnologia: investimentos em pesquisa e desenvolvimento são essenciais para tornar a produção e o uso do petróleo mais eficientes e sustentáveis, além de impulsionar avanços em tecnologias limpas;
  • Justiça social e inclusão: as políticas de transição energética devem priorizar a proteção social das populações mais vulneráveis, a criação de empregos verdes e o acesso à energia para todos;
  • Abordagem holística: integração da transição energética com políticas de desenvolvimento econômico, saúde, educação e infraestrutura;
  • Cooperação internacional: deve ser priorizado o fortalecimento de acordos multilaterais para pesquisa, desenvolvimento e implementação de tecnologias limpas. Em especial, para a troca de conhecimento e tecnologia entre países desenvolvidos e em desenvolvimento visando uma transição global justa e eficaz;
  • Responsabilidade histórica: países desenvolvidos devem liderar os esforços de transição, oferecendo suporte financeiro e tecnológico aos países em desenvolvimento.

Por fim, vale ressaltar que a discussão sobre a transição energética global exige uma análise abrangente e isenta de preconceitos. É preciso reconhecer as diferentes realidades, os desafios e as oportunidades de cada país, buscando soluções inovadoras e colaborativas para um futuro mais sustentável.

Assessoria de imprensa do IRB(Re)

*Por Théo Salim Najm, gerente de Oil&Gas do IRB(Re).

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