A cada dia temos a apuração das perdas exponenciais causadas pelas inundações no Rio Grande do Sul no mercado varejista. Estima-se um prejuízo em torno de R$ 120 milhões de reais diários, ou seja, mais de R$ 3 bilhões em um único mês. Além das perdas mais importantes, que foram a vida de muitas pessoas e animais, esses valores mostram a dimensão do impacto financeiro, o qual não se concentra somente nos danos materiais, mas também no grande desafio de retomada da operação comercial em todo o estado e nas reações colaterais no resto do país.
Tivemos todo o “ecossistema” do comércio prejudicado com as perdas de propriedades, centros de distribuição e rodovias, as quais comprometeram a cadeia de suprimentos, anulando o poder de abastecimento da região. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) registra uma redução de 28% na circulação de veículos de carga no RS.
Entre os 5 maiores PIBs do Brasil, o RS tem significativa representatividade no setor de Varejo, tendo movimentado cerca de R$ 200 bilhões de reais em 2023. Com a recente tragédia, o volume de vendas local deste semestre pode ser comparado ao mesmo período 2021, quando o setor foi impactado pela COVID-19.
O mercado de seguros vem observando atentamente tais impactos e os efeitos crescentes nas operações das diversas empresas afetadas:
- Cadeia de suprimentos atingida com a destruição de rodovias, anulação da capacidade de armazenagem no estado e interrupção da distribuição de produtos gerados na região.
- A sobrevivência da população do RS tende a desviar o consumo de grande parte do comércio varejista, que será concentrado unicamente nos bens de primeira necessidade, além do poder de compra afetado por demissões e reduções da jornada de trabalho.
- Busca por soluções alternativas para que as empresas possam dar continuidade às suas operações o mais rápido possível, o que também pode trazer consequências negativas para o RS, visto que tais soluções podem ser a saída definitiva de importantes marcas das regiões afetadas.
- Grupos mais afetados do setor por conta do tipo de produto comercializado: Alimentos e Bebidas (perecibilidade) e Eletrônicos (sensibilidade).
Estes fatores trarão uma forte movimentação em seguros, dado o volume de sinistros, que segue em progressão geométrica, e consequentemente mudanças nas políticas de subscrição das companhias, bem como redução de capacidade e aumento de taxas.
Diante da nova realidade, o mercado vai precisar de novas estratégias e novos produtos para absorver riscos e atender às demandas de seus clientes. Ainda no âmbito das catástrofes climáticas, como no RS, categorizada como inundação, podemos destacar o seguro paramétrico, o qual não se baseia necessariamente em avaliação de danos.
Esse seguro pode ser uma solução interessante para mitigar os riscos associados às catástrofes naturais, como as inundações que seguem afetando e ameaçando o Rio Grande do Sul que impactam severamente o setor varejista. Diferentemente dos seguros tradicionais baseados em perdas reais, o seguro paramétrico traz indenizações com base em parâmetros predefinidos que estão diretamente ligados ao evento catastrófico em questão, como, por exemplo, a intensidade das chuvas ou o nível dos rios atingidos.
A Lockton segue muito próxima de seus clientes e, cada vez mais, busca soluções de seguro que visem o plano de continuidade das operações de cada um deles.
Escrito por Rogério Pedroza é Superintendente de Relacionamento da Lockton Brasil Consultoria e Corretora de Seguros
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