Um relatório da Organização Meteorológica Mundial, OMM, divulgado este ano, alertou para o fato de que os últimos oito anos foram os mais quentes já registrados e o aumento do nível do mar e o aquecimento dos oceanos atingiram novos recordes. Além das ondas de calor e secas, uma das consequências desse agravamento das mudanças climáticas é o maior volume de chuvas e, consequentemente, o aumento dos casos de inundações.
“As enchentes podem causar sérios danos às empresas, afetando sua estrutura, seus equipamentos e seus estoques. Por isso, é essencial contar com um seguro que cubra os prejuízos causados pela água”, alerta Tiago Prado, CEO da BRZ Insurance. “Muitas vezes as empresas têm apólices para os edifícios mas não se atentam que esta cobertura costuma não fazer parte”, completa.
Nos EUA, uma opção é o Commercial Flood Insurance, um tipo de seguro que protege a sede da empresa e tudo que tem dentro dos danos causados por inundações, diferente do seguro de propriedade comum, que geralmente não cobre o risco. Esse tipo de seguro pode ser contratado por meio do NFIP (National Flood Insurance Program), um programa federal que oferece cobertura padronizada, ou de uma seguradora privada, que pode oferecer coberturas personalizadas. “Ele costuma cobrir os custos de reparo dos danos que uma empresa sofre com a invasão da água de inundação. Mas é importante saber quais itens costumam constar na compensação dos prejuízos calculados”, detalha Tiago.
A cobertura abrange não apenas o edifício e o escritório onde a empresa funciona, mas também diversos elementos estruturais que são fundamentais para o negócio, como sistemas elétricos e hidráulicos, que garantem o fornecimento de energia e água; os fornos e aquecedores de água, que proporcionam conforto térmico; os eletrodomésticos, que facilitam as atividades diárias; os carpetes permanentes, que decoram e isolam o ambiente; os armários, painéis e estantes; as janelas; as paredes de fundação, escadas e sistemas de ancoragem; as garagens; os tanques de combustível, tanques de poços e bombas, que armazenam e distribuem os recursos; e o equipamento solar, que gera energia limpa e economiza na conta de luz. Todos esses itens podem ser afetados por uma inundação, precisando ser reparados ou substituídos.
Antes de contratar um seguro, é importante verificar o que ele não cobre, para não ter surpresas desagradáveis na hora de acioná-lo. No caso do Commercial Flood Insurance, é essencial saber o que é considerado inundação pelo NFIP e pelas seguradoras em geral. De acordo com a entidade, inundação é uma situação em que há um excesso de água em uma área normalmente seca, afetando pelo menos dois hectares de terra ou duas ou mais propriedades. Se a empresa for danificada por um problema na bomba de água do depósito, por exemplo, configurando um problema que não tenha sido causado por uma inundação, ela não estará coberta.
Além disso, o Commercial Flood Insurance também não costuma cobrir as perdas financeiras causadas pela interrupção do negócio, propriedades comerciais fora do prédio da companhia, carros e documentos. Todos esses itens podem ser protegidos por outros tipos de seguro.
Tiago lembra que, independentemente das características, é importante que as empresas tenham esse seguro, pois “Os cenários mudam a cada dia e mesmo áreas que não estavam, teoricamente, em risco podem ser atingidas. De fato, hoje, mais de 20% dos claims de inundação vêm de propriedades fora das chamadas Flood Zones (zona de inundação). Um exemplo são os incêndios florestais, que podem alterar a paisagem e as condições do solo em sua área, fazendo com que chuvas futuras possam causar inundações repentinas”, detalha. “E vale sempre lembrar que as tempestades não são a única causa; uma barragem, um dique quebrado, ou até mesmo uma obra urbana que altere o fluxo de água podem desencadear uma inundação”, finaliza.
RP dois pontos
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