Na última terça-feira, o jornal O Estado de S. Paulo (Estadão) publicou artigo do presidente da ENS, Robert Bittar. O texto destaca a qualificação como um diferencial para os profissionais de seguros e também para o desenvolvimento do setor.
O executivo também mostrou como o mercado de seguros está inserido no novo cenário da economia brasileira e afirmou que 2020 será um ano para “investir em novos campos do saber”.
Bittar ressaltou ainda que, embora os avanços tecnológicos tenham alterado as formas de consumo, a relação interpessoal continuará sendo imprescindível em um segmento no qual os consumidores precisam de orientação. “São pessoas fazendo negócios com pessoas”.
Confira abaixo essas e outras abordagens na íntegra do artigo.
Qualificação e treinamento em seguros dão força à economia
A indústria brasileira de seguros é dinâmica por natureza. A criação de produtos cada vez mais sofisticados, a entrada de novos players e as constantes alterações de cunho regulatório são fatores que exigem permanente atualização e qualificação da mão de obra do setor.
Por mais que a tecnologia tenha mudado as formas de distribuição do seguro e a experiência de consumo, são pessoas fazendo negócios com pessoas. Não há como substituir a relação interpessoal em uma atividade na qual os consumidores dependem da compra orientada.
Nesse cenário, os cursos de formação e qualificação em seguros têm agregado novas áreas de conhecimento, como Negócios, Marketing, Finanças, Gestão de Pessoas e Transformação Digital, entre outras. Essa interseção com atividades correlatas atrai profissionais em busca de oportunidades de trabalho e de ascensão na carreira. Portanto, 2020 será um ano para se investir em novos campos do saber.
Em um mercado tão competitivo e cada vez mais acirrado como o de seguros, as melhores oportunidades serão aproveitadas por quem estiver bem preparado. A necessidade de atualização é permanente, seja em cursos técnicos como de nível superior, incluindo Pós-Graduação e MBA.
A força do mercado de seguros pode ser traduzida em números. Ele responde por 6,5% do PIB e acumula reservas de R$ 1,2 trilhão. A receita do setor aumentou 12,1% no ano passado, somando R$ 270,1 bilhões (sem contar Saúde Suplementar e Seguro DPVAT). Foi a maior taxa de expansão desde 2012. Descontada a inflação, o crescimento chegou a 8,1%.
Esse desempenho foi obtido em um ano de magro crescimento do PIB real, de cerca de 1%. Já a taxa de desocupação ainda permanece elevada (cerca de 11% da População Economicamente Ativa). A retomada do consumo de bens duráveis, dos investimentos em ativos reais e em infraestrutura, e dos empréstimos imobiliários deve estimular os seguros de danos e propriedades (ramos elementares).
As projeções para 2020 indicam o reaquecimento de diversos setores produtivos brasileiros e, na esteira dessa boa notícia, espera-se também a tão aguardada retomada do crescimento econômico. Especialistas afirmam que haverá melhora substancial no desempenho macroeconômico do País. Recentes expectativas apuradas pelo Banco Central e publicadas no Boletim Focus sinalizam crescimento do PIB real de 2,2%, inflação estável em 3,6%.
O crescimento da renda nacional somado à reforma da Previdência deverá manter em nível elevado os aportes aos planos privados de acumulação, a despeito da queda da taxa Selic. A ampliação do crédito e a maior conscientização da população quanto à necessidade de se precaver de riscos pessoais devem continuar a fortalecer os seguros prestamista, de vida e de acidentes, que têm sido justamente os de crescimento mais acentuado e estável nos últimos anos.
Em resumo, nesse que é o cenário projetado para a economia brasileira em 2020, o mercado de seguros certamente ganhará ainda mais penetração na sociedade e nas atividades econômicas. E um setor em desenvolvimento não pode prescindir de capacitar, atualizar e treinar seus profissionais.
Robert Bittar
Boletim da Escola de Negócios e Seguros (ENS) nº 692
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