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COP 30 quer setor segurador como pilar da transição climática

9 de junho de 2025
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O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP 30, destacou em Paris o papel estratégico do setor de seguros na luta contra a crise climática. Ao participar do Fórum Econômico Brasil-França, em Paris, o diplomata afirmou que as seguradoras já vêm adotando novos parâmetros de avaliação de risco diante da aceleração de eventos extremos e são hoje uma das peças mais sensíveis e preparadas da economia para enfrentar os efeitos da emergência climática.

“O setor de seguros é um dos mais impactados pela mudança do clima e que mais vem se antecipando a ela. Antes, para calcular um seguro, baseava-se no passado. Hoje, é preciso trabalhar com as perspectivas de piora. Isso muda tudo”, afirmou Corrêa do Lago para uma plateia de executivos de diversos setores do Brasil e França.

O embaixador ainda destacou que o setor segurador vem ajudando a consolidar um conceito crucial: o custo da inação. “Estamos começando a entender quanto custa não agir”, disse.

Além da diplomacia climática entre países, a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima — a COP 30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025 — aposta na agenda de ação como motor de transformação. Essa frente reúne empresas, governos subnacionais, sociedade civil e setor financeiro para acelerar a implementação prática do Acordo de Paris. Para Corrêa do Lago, essa mobilização além dos governos é hoje “tão essencial quanto as negociações formais”.

“Nós sabemos que muitas empresas já têm respostas tecnológicas e econômicas. A COP 30 será uma COP de soluções. Queremos reunir experiências concretas que mostrem que é possível enfrentar a mudança do clima com desenvolvimento e geração de empregos”, declarou.

No centro dessa construção está o financiamento climático. O presidente da COP 30 reconhece que, para viabilizar a transição, será necessário rever conceitos econômicos consolidados em um mundo pré-crise climática — como os critérios de risco, garantias e retorno. “Vamos trabalhar intensamente para criar novas condições de financiamento e superar os conceitos tradicionais, que não dão mais conta da realidade.”

A fala do embaixador também alertou para o avanço dos chamados pontos de inflexão nos sistemas naturais que, uma vez ultrapassados, podem gerar consequências irreversíveis. Ele citou, por exemplo, a possível interrupção da corrente do Golfo e a salinização da Amazônia como riscos que deixaram de ser apenas projeções distantes. “O que se previa para daqui 30 ou 40 anos já está acontecendo. A urgência climática é agora”, afirmou.

Com mais de duas décadas de participação nas negociações do clima — desde a COP 7, em 2001 —, Corrêa do Lago vê em Belém a oportunidade de consolidar um novo ciclo. Um ciclo em que as soluções econômicas, a ciência e a cooperação entre os diversos setores da sociedade caminhem juntas para manter a elevação da temperatura média global abaixo de 1,5°C, como prevê o Acordo de Paris.

“A COP 30 não será apenas sobre metas. Será sobre viabilidade. E o setor de seguros já está mostrando que se antecipar à crise é mais inteligente – e mais barato – do que pagar a conta depois.”

O embaixador era o keynote speaker do debate sobre transição climática que reuniu o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, e foi moderado por Ana Paula Repezza, diretora de negócios da ApexBrasil, e contou com a participação de Ricardo Mussa (presidente da Sustainable Business COP), Ana Costa (vice-presidente da Natura), Walmir Soller (vice-presidente da Braskem para América do Norte, Europa e Ásia), Rémy Rioux (CEO da Agence Française de Développement – AFD) e Guy Sidos (CEO da VICAT e vice-presidente do MEDEF International).

Assessoria de Imprensa CNseg

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