O mais recente relatório da Swiss Re, Shifting gears in a changing landscape, oferece insights sobre as tendências e desafios que atualmente moldam o mercado de seguro e resseguro automotivo.
A perspectiva global da companhia para esse segmento no médio prazo é cautelosa, já que os desafios persistem no competitivo mercado automotivo e estão sendo acompanhados por novas dificuldades, à medida que a mobilidade passa por uma transformação radical.
De acordo com Laure Forgeron, Chief Underwriting Officer Casualty da Swiss Re, o mercado global de seguro automotivo é ao mesmo tempo dinâmico e está em rápida evolução. “Neste momento, a introdução de novas tarifas terá um impacto significativo ao aumentar os custos de reparo e pressionar as cadeias de suprimentos, o que acabará levando ao aumento do custo preço dos sinistros”, afirma.
“Olhando para o futuro, a contínua transformação tecnológica certamente trará mais complexidade, mas também oportunidades inéditas de inovação no setor. Os veículos do futuro serão mais conectados, autônomos, compartilhados e elétricos — e os seguros precisarão se adaptar a essa nova realidade”.
Principais destaques
Representando aproximadamente 40% dos 2,2 trilhões de dólares do mercado global de seguros patrimoniais e de responsabilidade (Property & Casualty – P&C), o seguro automotivo é um negócio estratégico para o setor securitário. Em 2024, cerca de 90 milhões de veículos leves foram vendidos no mundo, todos cobertos por apólices obrigatórias que protegem tanto contra responsabilidade civil por danos materiais e lesões corporais a terceiros, quanto danos ao próprio veículo em casos de acidentes e catástrofes naturais.
Várias tendências que impactam o seguro automotivo merecem uma análise mais detalhada por parte de seguradoras e resseguradoras:
Impacto da COVID-19 e da inflação: a pandemia impactou significativamente o mercado de seguros automotivos, influenciando o comportamento dos motoristas e levando à inflação dos sinistros devido à escassez de peças de reposição. Embora o setor esteja lidando com esses efeitos, a concorrência voltou a crescer após os ajustes de preços.
Redução na frequência de acidentes: com a incorporação de mais recursos de segurança nos veículos, observa-se uma queda na frequência de acidentes, o que tem contribuído positivamente para a rentabilidade global do seguro automotivo. Além disso, em muitos mercados, as distâncias percorridas ainda não retornaram aos níveis de 2019.
Aumento na gravidade dos acidentes: por outro lado, o aumento da velocidade nas vias e a distração dos motoristas — causada por tecnologias embarcadas, uso de celular e alimentação ao volante — contribuíram para o aumento da gravidade dos acidentes e das taxas de fatalidade, mesmo com a queda na frequência.
Consideração de catástrofes naturais: eventos climáticos intensificados – como enchentes, granizo e incêndios florestais – têm provocado maiores perdas relacionadas a danos aos próprios veículos. Em muitos casos, esses riscos ainda não estão plenamente refletidos nos prêmios.
Custos em alta: a complexidade dos veículos modernos tem elevado os custos de manutenção e reparo. Além disso, as despesas com cuidados médicos para vítimas de acidentes continuam em alta, com aumentos significativos observados no Reino Unido, Estados Unidos, Índia e Alemanha.
Tarifas: a introdução de novas tarifas afetará de forma relevante a severidade dos sinistros e elevará substancialmente os custos de reparo, especialmente devido à escassez de peças. Isso também aumentará o tempo de conserto, enquanto fabricantes estabelecem operações locais e as cadeias de suprimento enfrentam pressão.
Mudanças regulatórias e legais: alterações regulatórias, como a taxa de desconto Ogden no Reino Unido e o aumento dos limites mínimos de responsabilidade na Califórnia, estão impactando o mercado. Por outro lado, a desregulamentação, como observada na Índia, pode estimular a inovação em produtos, mas também aumentar o risco de fraudes. As seguradoras precisam se manter atentas para navegar nesse cenário em constante mudança.
Futuro da mobilidade: o futuro do seguro automotivo será moldado por veículos conectados, autônomos, compartilhados e elétricos. As seguradoras devem se adaptar a essa nova realidade para se manterem competitivas e aproveitarem novas oportunidades de receita.
Desafios no segmento comercial: o setor de veículos comerciais enfrenta desafios como a “inflação social” nos EUA, que eleva os custos com litígios. Mudanças demográficas e o crescimento de operadores comerciais com menos experiência também são fatores que os seguradores devem considerar.
Imagem Corporativa
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