O avanço da adoção da inteligência artificial (IA) por entidades financeiras tem marcado o início de uma fase de inovação e transformação sem precedentes nesse segmento de mercado. De acordo com a edição de 2024 do Informe Ascendant de Maturidade Digital, elaborado pela Minsait, empresa de transformação digital e TI da Indra, nove em cada dez empresas do setor, ao redor do mundo, já têm concentrado esforços na melhoria de seus recursos de gestão de riscos e segurança cibernética, por meio de aplicações de IA – em especial, a partir de softwares desenvolvidos por terceiros.
O estudo, intitulado “IA: radiografia de uma revolução em curso”, analisa o contexto e o grau de adesão a essa tecnologia por instituições públicas e privadas. Ao todo, a pesquisa ouviu mais de 900 organizações espalhadas pelo globo, especializadas em 15 diferentes áreas de atuação. No caso do setor financeiro, o Informe também identificou que 53% dos cases desenvolvidos nas empresas são voltados à melhoria da experiência do cliente ou do público interno dessas instituições.
O relatório ainda destaca algumas operações específicas para as quais as financeiras já direcionam, ou pretendem direcionar, aplicações de inteligência artificial. Entre elas estão: reforço da cibersegurança, a partir de recursos tecnológicos fornecidos por terceiros, e melhoria das operações internas, por meio da otimização de expedientes e processos de backoffice e soluções de consultoria.
Além disso, quase metade das empresas ouvidas afirmaram já ter capacidade técnica para captar dados em tempo real. Dentre esse universo, 27% das entidades respondentes disseram ser capazes de obter tanto dados estruturados quanto informações como imagens, vídeos e textos livres.
Em 55% dos casos, essa captação de dados é executada de maneira tardia ou sem supervisão do usuário, nos moldes do chamado modelo batch, ou processamento em lote, geralmente aplicado quando há uma grande quantidade de dados que não exigem resultados de análise em tempo real. No setor financeiro, o batch costuma ser utilizado em cobranças e na elaboração de folhas de pagamento, por exemplo.
Entretanto, nove em cada dez companhias entrevistadas pela Minsait declararam já conseguir produzir análises, identificar padrões e tirar algum tipo de conclusão a partir do uso da inteligência artificial. Na grande maioria dos casos, também foi observado um alto grau de intervenção humana na aplicação interna de modelos de IA por essas empresas.
No que diz respeito às motivações que levam o setor financeiro a aderir à IA, a pesquisa identificou a melhoria da eficiência e a otimização dos processos internos como fatores preponderantes, mencionados por oito em cada dez organizações ouvidas. Outro aspecto citado com frequência pelas instituições respondentes foi o aprimoramento de processos de tomada de decisão, com base em dados.
Ainda nesse sentido, mais da metade dos entrevistados disseram já ter iniciado seu processo de adoção da inteligência artificial tendo clareza sobre o plano de negócios em torno dessa digitalização, com foco na medição de retorno sobre o investimento (ROI).
Com relação às barreiras e dificuldades que têm adiado a aplicação da IA no setor, o relatório menciona: a escassez de recursos internos nas organizações do setor, a falta de profissionais capacitados, a ausência de um modelo regulatório robusto acerca da governança de dados, a baixa qualidade dos dados capturados, a aversão à mudança por parte do mercado e a dificuldade de adaptação à tecnologia e àss mudanças de processos acarretadas a partir da sua implantação.
A inteligência artificial como elemento-chave para o setor financeiro
Os mercados bancário e segurador têm atravessado um momento de intensa atividade, influenciado por diversos fatores de cunho econômico, político e social. Em um contexto de constante mudança, a profunda transformação dos modelos de negócio tem se mostrado não apenas urgente, mas necessária para sustentar a competitividade das empresas, tornar os processos mais eficientes e responder às expectativas dos clientes.
O aumento da inflação e as mudanças dos padrões consumo praticados ao redor do globo têm motivado as instituições financeiras e as seguradoras a acelerar seus esforços rumo à inovação, a fim de alcançar um maior impacto, e isso de maneira eficaz.
De acordo com Ignacio Fernández, Diretor Global de Serviços Financeiros e Seguros da Minsait, diante desse cenário, a IA deve ser reconhecida como um elemento-chave para revolucionar os atuais modelos de negócio desses setores, a partir de soluções capazes de oferecer eficiência e personalização a uma velocidade sem precedentes.
“Essa transformação não se limita ao mercado financeiro, mas abrange todas as áreas de atuação, e deve acelerar a mudança da maneira como vivemos. A inteligência artificial tem um impacto significativo em termos de otimização e melhoria da experiência do cliente, fomentando uma maior fidelização. Além disso, devemos concentrar nossos esforços em redesenhar processos, fortalecer a cibersegurança e a detecção de fraudes, e desenvolver novos modelos de negócio que facilitem o acesso aos novos segmentos de mercado emergentes”, defendeu o executivo.
Máquina Cohn Wolfe
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