38ª edição da FIDES Rio 2023 acontece com otimismo e abordagem sobre sustentabilidade

A 38ª Conferência Hemisférica de Seguros, denominada FIDES Rio 2023, aconteceu entre os dias 24 , 25 e 26 de setembro no Centro de Convenções Windsor, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, tendo sua abertura realizada por Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, bem como a inauguração da Exposeg, que foi o espaço destinado aos expositores participantes do grande acontecimento, levando suas novidades e tendências do setor. Foi oferecido um coquetel para todos presentes e a animação ficou por conta pela Escola Beija Flor de Nilópolis.

As principais assuntos discutidos no encontro latino-americano foram sobre ASG, mudanças climáticas, preços do resseguro, compartilhamento de dados, riscos cibernéticos, além da transformação digital.

Na abertura oficial estiveram presentes as principais lideranças da indústria do seguro da América Latina e de diversas outras localidades do mundo. Foram estimadas 2.000 pessoas presentes, sendo 74 patrocinadores e mais de 40 países agraciaram este grande acontecimento.

No dia 25, a solenidade oficial de abertura da Conferência, além da presença de Dyogo Oliveira, também estiveram presentes na ocasião Rodrigo Bedoya, presidente da Federação Interamericana de Empresas de Seguros (FIDES), Alessandro Octaviani, superintendente da Superintendencia de Seguros Privados (Susep), Armando Vergilio, presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor). Participaram também da cerimônia autoridades do setor político, o senador Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Claudio Castro, governador do estado do Rio de Janeiro e o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

Dyogo Oliveira, anfitrião da Fides Rio 2023, deu boas vindas a todos e destacou que o setor de seguros tem um papel fundamental na América Latina, garantindo estabilidade de renda da população. “Foram mais de R$450 milhões de indenização, resgastes e sorteios que transformaram a vida de famílias e empresas. Tanto na juventude, como na maturidade, a cobertura do seguro, viabiliza sonhos, planos, ampliando oportunidades”, enfatizou Dyogo.

E o presidente da FIDES, Rodrigo Bedoya, comentou que a próxima edição será na Costa Rica em 2025 e esta edição no Brasil, foi muito importante para o setor. “A Conferência Fides é uma oportunidade extraordinária para todos do setor, pois aconteceu após 4 anos, decorrente a Covid-19. Com a presença dos principais atores do setor que agregam valores nos negócios a nível mundial que incluem corretores de seguros, seguradoras, fornecedores e soluções tecnológicas. Nesta ocasião também teremos palestras apresentadas com um alto nível acadêmico, por palestrantes com muita expertise, além de muito networking, fazer parcerias comerciais, reuniões e novas oportunidades,” destacou Bedoya.

Para o presidente da Fenacor, Armando Vergilio, que cumprimentou todas autoridades presentes no evento, valorizou o número de corretores e corretoras do país, participantes. “Em nome de 133 mil corretores e corretoras, espalhadas pelo Brasil, que correspondem a 90% de todos seguros feitos em nosso país, faz com que empreguem mais de 200 mil empregos diretos, em nosso setor”, afirmou Armando.

Alessandro Octaviani, superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), salientou que o órgão supervisor tem o compromisso de montar um grupo de trabalho que tratará sobre seguros e transformação ecológica. “O setor de seguros contribui fortemente para a economia brasileira, e para uma transformação ecológica e tecnológica que gere capacitações. Não só para que nós enfrentarmos os riscos ecológicos, mas para que nós transformarmos o país em uma economia com alta capacitação de exportação de inovação tecnológica”, prometeu Otaviani.

Eduardo Paes, prefeito da cidade valorizou o setor e foi enfático. “O setor de seguros tem muito a ver com a força das instituições de um país. Que esse encontro seja de muitos debates, e eu tenho certeza de que essa cidade vai inspirar todos vocês! Sejam todos muito bem-vindos!”, Luís Roberto Barroso, ministro do STF, ressaltou que falar sobre a sustentabilidade é essencial para o setor de seguros. “Fui advogado do setor de seguros, na época Fenaseg, que hoje é a CNseg, e conheço as dores e as delícias do setor. O tema geral do evento, é seguro para um mundo sustentável, e a sustentabilidade é uma questão definidora dos nossos tempos. Considero muito feliz a ideia de ter a sustentabilidade como um dos temas centrais do debate”, proferiu.

Rodrigo Pacheco, presidente do senado, valorizou o mercado de seguros no Brasil. “É uma honra estar aqui e ter a oportunidade de poder trocar ideias sobre o setor de seguros no Brasil, que hoje representa mais de 6% do PIB, gerando 250 mil empregos diretos no país. O Brasil é o responsável por 44% do setor de seguros na América Latina. Trata-se de um mercado estratégico, porque a vida é incerta, e todos nós ansiamos por segurança”, comentou.

Já o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, discursou com muita satisfação de estar presente no evento latino-americano. “Quero reiterar minha alegria mais uma vez de estar presente em um evento do setor de seguros e resseguros. Esse é um setor importantíssimo para a economia. Porque é um setor que além de ser um grande empregador, possui uma participação no PIB, e eleva a nossa economia, em época de tragédias. E precisa ser um setor muito apoiado pelo poder público”, declara Castro.

O ponto alto da Fides Rio 2023, foi presença de Tony Blair, ex primeiro-ministro da Grã-Bretanha, que fez várias observações importantes, com seu jeito descontraído e bem humorado. “O Brasil é um país muito importante na região e é potencialmente um líder do sul da América. E faz parte sobre o desmatamento, com a Amazônia, no centro das atenção e por isto a Conferência do Clima COP-30, em 2025, será no estado do Belém do Pará. É um momento importante para que o país tenha liderança”. De acordo com Blair, “há capital para fundos de pensão, fundos de investimentos, mas faltam projetos sólidos com taxas de energia limpa. E é categórico, para o Brasil, ter visibilidade internacional, precisa estar bem”, constatou.

E também outro convidado de honra presente, o economista americano, Paul Krugman, chamou a atenção para a percepção e preocupação com a inflação parece uma história hoje mais restrita ao ano passado. “A inflação era a preocupação predominante em 2022 para um mundo em que, na verdade, as coisas estão indo muito melhor”, disse. O vencedor do Nobel em 2008, destacou que “a grande demanda por empréstimos, esteja causando a alta das taxas de juros, e também, comentou sobre a China. “A tecnologia da China começou a desacelar, e a população em idade ativa tem caído. E além do mais, está havendo um aumento do desemprego entre jovens, e isto não é um bom sinalizador para o país”, dissertou.

Após dois dias intensos de debates, reflexões e lições de grandes especialistas e destaques mundiais, nos resta aplicar algumas práticas e aguardar a próxima edição da FIDES, 2025, na Costa Rica.

Por Márcia Kovacs – Redação IC