Com a proximidade do final do ano, é dada largada para o planejamento para 2023. Para o mercado imobiliário não será diferente. Dados recentes, de setembro, mostram que foram vendidos 6.255 imóveis e construídos outros 8.225 na capital paulista, de acordo com o Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis de São Paulo (SECOVI-SP). Então, o que esperar do setor nos próximos 12 meses?
Nathan Varda, head da Propdo, proptech israelense que fornece soluções em software para tomada de decisão no segmento imobiliário, diz que para projetar o próximo ano, é necessário entender o cenário registrado em 2022. Segundo ele, “o que se esperava é que o segundo semestre demonstrasse uma evolução nas vendas em relação ao período de janeiro a junho, como costuma acontecer tradicionalmente. Entretanto, nos últimos meses, registramos queda de 8%, podendo chegar em 10% até dezembro, tanto em vendas de novas construções quanto na comercialização de propriedades de segunda mão (que já tiveram um ou mais donos)”.
O especialista comenta que é importante se atentar a três pontos de destaque deste ano que podem continuar sendo impactados no próximo:
Vendas de imóveis novos x imóveis de segunda mão: levantamento da Propdo indica que nos primeiros seis meses de 2022 houve um aumento de 10% nas vendas de novas unidades imobiliárias se comparado ao mesmo período de 2021. Já os imóveis de segunda mão registraram queda de 2% no mesmo período. Para os próximos meses, deve haver mais lançamentos de novos imóveis, o que deve acirrar ainda mais a concorrência.
Entretanto, muitas dessas novas propriedades não serão vendidas. “O que estamos prevendo é que, no geral, as vendas serão menores, mas entre as opções disponíveis no mercado, teremos um percentual maior de negócios com imóveis novos e menor com casas e apartamentos de segunda mão”, afirma Varda.
Aumento de preços: “em 2022 era esperado uma mudança de tendências no mercado imobiliário em São Paulo. Desde abril de 2021, a taxa SELIC, que chegou a atingir um nível histórico de 2%, subiu e está em 13,75%, o que não é necessariamente bom para o mercado”, afirma Varda. O especialista comenta que a constante elevação da taxa SELIC é uma das responsáveis diretas pelo aumento do preço de venda dos imóveis na cidade. A tendência era de diminuição nos preços, pois a procura está baixa. Porém, prevendo que a taxa SELIC se mantenha em alta no próximo ano, os valores devem subir de 4% a 6%.
Corretores: por fim, os corretores terão mais oportunidade de se destacar. Imaginando um mercado tão difícil de agir como esse, nunca foi tão necessária a ajuda de um profissional da área. Entre 30% e 40% dos negócios acontecem com a presença de um corretor no Brasil, número expressivo, mas aquém de outros mercados, como os Estados Unidos, por exemplo, onde estima-se que esse número alcance cerca de 90%. “Um vendedor ou comprador ‘autônomo’ não possuem o tempo e o conhecimento técnico de um corretor local e, ainda hoje, os maiores nomes do mercado, em se tratando de empresas, não conseguem substituir o lugar deixado por corretores mais experientes. Com mais competição entre os profissionais da área, aquele com mais informação e ferramentas, poderá fechar mais negócios”, destaca o especialista.
No geral, ainda de acordo com Varda, “o comportamento do mercado imobiliário paulistano está cada vez mais complexo, em razão do aumento da taxa Selic e do grande número de lançamentos, fatores que influenciam bastante na decisão de compra, por conta das variações de preços e de outros pontos importantes, como a localização do imóvel e o desenvolvimento da região. Para contornar esse cenário, os corretores devem estudar os dados do setor e apostar no uso de tecnologias que auxiliam no dia a dia, a fim de estarem preparados para orientar seus clientes e fechar negócios com mais facilidade”.
CDI Comunicação
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