Mesmo com reflexos da instabilidade econômica, o setor de seguros se destacou ao apresentar um crescimento de 8% até outubro de 2017. Segundo dados divulgados pela Carta de Conjuntura do Sincor-SP (Sindicato dos Corretores de Seguro no Estado de São Paulo), do mês de novembro, os ganhos em seguros contabilizaram R$ 85,9 bilhões até outubro deste ano, diante dos R$ 79,8 bilhões computados em 2016.
A expectativa é que o crescimento de 2017 alcance 10% e que 2018 seja um ano ainda mais promissor, diante do aquecimento da economia se afastando das inconsistências políticas.
Outros agentes, ainda que discretos, também fomentaram o crescimento no setor de seguros. O ano termina com a inflação em 3%, limite mínimo da meta, e a taxa de juros já está em 7%, um histórico de valor baixo. A confiança de diversos setores – indústria e comércio, por exemplo – está em seus maiores patamares, depois de muito tempo. A produção de veículos tende a aumentar em quase 30% nesse exercício e o licenciamento em quase 10%.
Em paralelo ao cenário econômico, o seguro de pessoas supera com folga a inflação para esse período, revertendo os números mais fracos de 2016.
Ao considerar o carro chefe do setor, o faturamento passou de R$ 25,3 bilhões, em 2016, para R$ 28,3 bilhões, em 2017, um aumento de 12%. Na análise dos ramos elementares (sem DPVAT) onde estão incluídos os seguros de auto, residencial e empresarial, o percentual fica em torno de 8%. Foram R$ 50,6 bilhões, em 2016 frente a R$ 54,8 bilhões de faturamento em 2017.
O resseguro, outro segmento importante relacionado ao seguro, teve um comportamento favorável, com taxas positivas, superando inclusive a inflação, quando se faz uma análise de valores acumulados. Foram R$ 5,1 bilhões faturados em 2016 e R$ 6,1 bilhões até setembro deste ano, um aumento de 18%.
O cenário positivo também é corroborado pelo Índice de Confiança do Setor de Seguros (ICSS) que atingiu o patamar de 120 pontos, “o que representa uma visão otimista por parte das empresas do setor, e mostra o maior patamar desde 2015”, lembra o presidente do Sincor-SP, Alexandre Camillo.
Quadro de corretores
A resistência do mercado de seguros frente a intemperes que o País enfrenta, como a taxa de desemprego, também é demostrado na evolução do número de corretores ao longo dos últimos anos. Ao final de 2014, havia 36 mil; em 2015, 38 mil; ao final de 2016, o total de corretores de seguros no Estado de São Paulo foi um pouco a mais de 40 mil. Em média, são 2 mil novas empresas corretoras ou corretores pessoas físicas, com uma taxa de crescimento, entre 6% a 7% ao ano. Para dezembro de 2017, a estimativa é ultrapassar o patamar de 43 mil corretoras.
Atualmente, 63% são corretores pessoas físicas e 37% corretoras pessoas jurídicas. Dos profissionais existentes no Estado, 80% se especializam em todos os ramos; e 20% em vida, previdência ou saúde. Outra característica importante é que, na cidade de São Paulo, estão localizadas 48% das corretoras existentes em todo o Estado. Essas proporções também têm se mantido ao longo do tempo.
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