00:00:00
24 Feb

A Lei Complementar 213 coloca em perspectiva um novo mercado

24 de fevereiro de 2025
27 Visualizações

A lei complementar 213, que regulamenta as associações de proteção veicular, sancionada em janeiro pelo presidente da República e publicada no diário Oficial da União em dia 16 de janeiro de 2025, promete revolucionar o mercado de proteção veicular no Brasil. A lei permitirá que as cooperativas de seguro operem em todos os ramos de seguros privados, exceção daqueles expressamente vedados. A lei regulamenta as operações de proteção patrimonial mutualista e estabelece regras específicas para as cooperativas de seguros, dentre outros pontos.

Na prática, a lei traz inúmeros benefícios, como a redução da insegurança jurídica, o oferecimento de maior proteção aos contratantes dessa modalidade de seguro e soluciona uma das principais críticas ao sistema que é a ausência de legislação para o segmento ou a inexistência de um mercado, sem a devida fiscalização. Portanto, como vemos, a nova lei contribuirá de forma inequívoca para aumentar de forma significativa a frota de veículos segurada no país, que apesar de grandes esforços feitos pelo mercado tradicional de seguros, não decola.

São inúmeras às razões para não decolar. Ainda que o seguro de carro seja uma das maiores preocupações do brasileiro, segundo dados oficiais, aproximadamente 70% dos carros no Brasil não possuem seguros, isto é, um contingente populacional significativo não está protegido contra acidentes, colisão de veículos, falha mecânica, roubos e outros imprevistos, como por exemplo, despesas hospitalares. Por que isso ocorre? Sem dúvida é pelo alto custo do seguro no país, especialmente para a população mais jovem, que tem recorrido às associações de proteção veicular, para se proteger daquilo que parece inviável obter no mercado tradicional, seja pelo elevado grau de comprometimento da renda do brasileiro para as questões mais urgente, ou pelo alto preço do seguro de automóvel no Brasil. Portanto, a partir do marco regulatório de proteção veicular, abre- se uma excelente opção em termos de custos, não apenas para as populações mais jovens, mas também para todos os públicos, em vista da atratividade dessas entidades, em termos de custos mais acessíveis.

Um estudo da EY, uma das maiores empresas de consultoria do mundo revelou que o faturamento do setor em 2020 gerou entre R$ 7,1 bilhões a R$ 9,4 bilhões e que havia mais de 680 associações de proteção veicular em atividade no Brasil, com ais de 4,5 milhões de associados. São números significativos que por si só demonstram o quão importante, e bem-vinda é a publicação do marco regulatório do setor que emprega milhares de profissionais.

A lei 213/2025, destaca que caberá ao Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP estabelecer as diretrizes para regulamentar o setor e à Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, a fiscalização. Nota-se uma preocupação legítima das principais lideranças desse segmento de atividade, quanto a normatização que terão que cumprir, pois dependendo do nível de exigência do CNSP e da SUSEP, a dose normativa poderá até inviabilizar o segmento.

A adoção do princípio de proporcionalidade para o setor pode ser uma alternativa viável para uma melhor adaptação da indústria, onde busca tratar o “desigualmente os desiguais e igualmente os iguais”. Sob essa ótica, o setor poderia se ajustar de forma paulatina, de modo que o remédio não matasse o paciente. É preciso lembrar que esse segmento também é muito heterogêneo, da mesma forma que o mercado de seguros era até a adoção do princípio de proporcionalidade. O princípio se baseia no fato de que se as entidades partissem da mesma posição de poder econômico, não teríamos problemas com o nível de exigência, mas não é o que acontece na prática. Não podemos esquecer que o modelo prudencial apesar de ter trazido robustez ao mercado, mesmo com a adoção do princípio de proporcionalidade, não resolveu o problema da alta concentração do mercado de seguros que persiste. E essa concentração traz inúmeros efeitos colaterais indesejáveis, tais como o racionamento da oferta agregada de coberturas de seguros, como é o caso das péssimas opções disponíveis no mercado de previdência para a população.

KS Assessoria de Imprensa

*Por Marco Pontes, diretor técnico do Instituto Brasileiro de Atuária (IBA).

You may be interested

Allianz Seguros nomeia diretora Regional Sul
Allianz Seguros
48 Vizualizações
Allianz Seguros
48 Vizualizações

Allianz Seguros nomeia diretora Regional Sul

Publicação - 24 de fevereiro de 2025

Cleide Camilotto (foto) assume hoje, 24, como diretora Comercial Regional Sul da Allianz Seguros. A executiva será responsável pelo desenvolvimento de negócios nos estados do Paraná, Santa Catarina…

AXA no Brasil dá dicas para um Carnaval seguro
Axa no Brasil
34 Vizualizações
Axa no Brasil
34 Vizualizações

AXA no Brasil dá dicas para um Carnaval seguro

Publicação - 24 de fevereiro de 2025

O Carnaval, um dos feriados mais aguardados do ano, está chegando. Seja em viagens, blocos de rua, bailes ou na praia, as opções de diversão são inúmeras.…

Minsait firma parceria com Governo do Amapá
Interesse Público
45 Vizualizações
Interesse Público
45 Vizualizações

Minsait firma parceria com Governo do Amapá

Publicação - 24 de fevereiro de 2025

O Governo do Amapá, por meio da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-AP), firmou uma importante parceria com a Minsait, empresa de transformação digital e TI do…

Deixe um Comentário

Seu endereço de email não será publicado.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Mais desta categoria

BVIX chega ao mercado com foco na inovação
Interesse Setor
84 Vizualizações
84 Vizualizações

BVIX chega ao mercado com foco na inovação

Publicação - 24 de fevereiro de 2025
Brasilseg alcança aumento de 13,6% no lucro líquido
Brasilseg
45 Vizualizações
45 Vizualizações

Brasilseg alcança aumento de 13,6% no lucro líquido

Publicação - 24 de fevereiro de 2025
WordPress Video Lightbox Plugin