Na última terça-feira (6), a Associação Internacional de Direito do Seguro – AIDA Brasil realizou o primeiro painel do II Encontro de Seguro de Responsabilidade Civil. A segunda edição do evento será composta por quatro painéis, realizados em todas as terças-feiras do mês de outubro. O objetivo é analisar e discutir o tema de maneira ainda mais ampla, envolvendo profissionais de diferentes áreas que se relacionam com o ramo, como seguradores, resseguradores, corretores, consumidores de seguros e advogados. “Tudo isso para possibilitar uma visão propositiva e construtiva desse tão importante ramo de seguro”, diz o Presidente do GNT de RC e Seguro da AIDA Brasil, Sergio Ruy Barroso de Mello, que apresentou e moderou o evento.
No primeiro Painel, quatro convidados especiais debateram o tema “Responsabilidade Civil com foco na subscrição do negócio e no seu sucesso”. Ao longo das apresentações os internautas contribuíram intensamente com a discussão enviando perguntas por meio das mídias sociais da AIDA Brasil.
Márcio Guerreiro, Presidente da Comissão de Responsabilidade Civil da Federação Nacional das Empresas de Seguros Gerais – FenSeg, iniciou Painel propondo reflexões a respeito da subscrição de riscos, a função do profissional de subscrição de risco e os aspectos a serem considerados quando das análises. Também destacou a importância do corretor de seguros e do segurado no processo. “Esse é um trabalho muito relevante e que está diretamente ligado ao sucesso do negócio. Quanto mais transparência, informação e atenção aos detalhes, maiores serão as chances de sucesso”, garantiu. Segundo ele, o conceito de responsabilidade civil é muito amplo e, sendo assim, definir o que é responsabilidade civil é um desafio muito grande ao profissional de subscrição. Destacou ainda que na visão presidente da Comissão de Responsabilidade Civil da FenSeg, os times de ‘underwriters’ variam muito em cada seguradora e alertou: “Nos últimos anos foi possível notar uma queda da qualificação dos profissionais da área” para depois ressaltar o importante papel de investimento em treinamento e qualificação profissional. Em sua fala o executivo também pontuou o funcionamento, o modus operandi da subscrição no Brasil, o que nos diferencia em relação aos demais mercados, e como ocorre na América Latina.
O representante da Associação Brasileira de Gerência de Riscos – ABGR, Christian Mendonça, contribuiu para a discussão com sua visão de comprador de seguros. Afirmou que, diferente do que acontece em outros ramos de seguro, no RC o desafio é definir como se fazer a transferência do risco, por se tratar de um segmento muito vasto. Muitos fatores estão envolvidos, como, por exemplo, a operação da empresa segurada, de que maneira interage com a sociedade, com seus clientes e com seus fornecedores. E esse mapeamento, segundo Christian, é bastante complexo. Para o executivo, esse é um ramo de grande importância, que gera grandes oportunidades no que diz respeito ao aperfeiçoamento de processos. “Temos que migrar o RC para um processo de apuração de exposição de riscos tal qual fazemos para o property e o seguro de transporte. Precisamos implementar processo mais interativo, de maneira que o conhecimento do site e a transparência de informações seja fluida em todas as partes integrantes da gestão de risco”, explicou o palestrante acrescentando que está havendo certa perda de autoridade e de opções para se fazer a colocação dos riscos de maneira customizada. O executivo também entende que os compradores têm demandas distintas e defende a necessidade de se encontrar e desenvolver soluções que se adéquem às disposições de risco de cada empresa e de cada segmento.
Já o representante da categoria de Responsabilidade Civil e Seguro da Academia Nacional de Seguros e Previdência – ANSP, Robert Hufnagel, ressaltou a dificuldade de comercialização dos seguros de grandes riscos no cenário atual. Também chamou atenção para o fato de se focar muito, ou apenas nos grandes riscos, e deixar de lado as demais categorias. “Não podemos esquecer dos pequenos e médios riscos, que geralmente são enlatados, têm cuidados totalmente diferentes, e muitas vezes são analisados como um segmento à parte”.
Já o Presidente da Comissão de Seguros de Responsabilidade Civil da Federação Nacional dos Resseguradores – FENABER, Sergio Narciso, discorreu com precisão sobre o comportamento dos Mercados de Seguro de RC, no Brasil e na América Latina, destacando a diferença entre os padrões de subscrição e guidelines. Destacou as dificuldades encontradas pelos subscritores na América Latina, sobretudo pela fato de que várias Seguradores e Resseguradoras deixaram de aceitar riscos de D&O, E&O, além de outros relativos a RC nesses Mercados.
Após as apresentações dos executivos, o mediador expôs os questionamentos enviados para a AIDA Brasil, no decorrer da duas últimas semanas, por diversas entidades e pessoas físicas com interesse no tema.
Assista a live completa no canal da AIDA
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