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Conseguro Brasil é destaque sobre Sustentabilidade em Seguros

5 de setembro de 2019
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Incêndios florestais, poluição nos mares, estiagem, enchentes, doenças provocadas por tabagismo e até a resistência a antibióticos, que pode se tornar a principal causa de mortes em 2050. São muitos os fatores que colocam em risco a saúde e a economia das nações ao redor do mundo. Atento a esse cenário, o setor de seguros no Brasil se destaca globalmente dentro dos Princípios para Sustentabilidade em Seguros (PSI, sigla em inglês), Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. O tema foi destaque do painel “O seguro em um cenário de imprevisibilidade” da 1ª Conferência de Sustentabilidade e Diversidade da CONSEGURO 2019, o congresso bianual do mercado de seguros, realizado pela Confederação Nacional das Seguradores (CNseg), em Brasília (DF), até essa quinta-feira (05).

“A inciativa dos Princípios para Sustentabilidade em Seguros, que no Brasil foi criada em 2012, está moldando a agenda global de sustentabilidade do setor”, disse o líder do programa, Butch Bacani. Segundo ele, a questão da sustentabilidade é importante não só para a indústria, mas para os setores reguladores, governos e a própria sociedade. Nesse contexto, os compromissos assumidos pelas seguradoras podem promover grandes mudanças estruturais e trabalhar com o foco na avaliação dos riscos, reduzindo os prejuízos causados pela má gestão e pela falta de planejamento sobre os riscos futuros.

Bacani falou sobre os cenários previstos para o meio ambiente, como a ameaça de elevação da temperatura nos oceanos e suas implicações, sobre as atividades extrativistas e a situação hídrica na Amazônia. Essa última, em especial, foi objeto de um alerta feito no início dos trabalhos do PSI em 2012, quando analisou a estrutura das hidrelétricas da região e seus impactos socioambientais.

O líder do PSI lembrou que o Brasil assumiu compromisso com a transparência do risco climático ao tornar-se o primeiro mercado de seguros do mundo. Ele mencionou os avanços nas tratativas com o setor brasileiro e falou sobre o workshop que será realizado em pareceria com a CNSeg em outubro, em São Paulo, onde falará para o mercado sobre as boas práticas no setor Sustentabilidade em Seguros.

O painel que abordou a seguridade em um cenário de imprevisibilidade durante CONSEGURO 2019 também contou a participação da integrante da Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD), Denise Pavarina. Ela mostrou pela primeira vez ao setor de seguros sobre as recomendações objetivas e os riscos financeiros associados às mudanças climáticas. Segundo ela, o trabalho da Task Force é fazer com que as seguradoras possam compreender o risco financeiro que as empresas correm por conta das mudanças no clima e devido à transição mundial para uma economia de baixo carbono.

“Nosso papel é fazer essa disseminação de dados para que as empresas adotem as recomendações. Até hoje 833 empresas já aderiram às recomendações. Não existe uma meta objetiva, porque a gente quer o maior número possível de adesão das empresas. Porém, a ideia é que ao longo de cinco anos tenhamos um número bem expressivo de companhias que tenham optado por essa nova política”, diz Denise.

A diretora de Relações de Consumo e Comunicação da CNSeg, Solange Beatriz Palheiro Mendes, informou que a Confederação foi a primeira instituição fundadora/apoiadora dentro do setor a aderir ao PSI, o que ocorreu já em 2012. “Em seguida, seguradoras se tornaram signatárias e, em 2016, foi a vez da Superintendência de Seguros Privados (Susep)”, informou.  Solange Beatriz também mostrou a importância desse mecanismo que incentiva a aceitação de risco moderado por parte da população.  “É importante entender que o seguro não é apenas um mecanismo de transferência de riscos para compensar perdas financeiras, mas também um mecanismo de gerenciamento de risco porque os seguradores podem adotar medidas de prevenção de sinistro e atenuação das perdas, que acabam incorporadas aos negócios”, explicou.

Conhecimento e consciência socioambiental

Para a diretora da Mapfre, Fátima Lima, que produziu o relatório de sustentabilidade da CNSeg, é importante ir além e fomentar a consciência da sociedade sobre a exposição a todos os riscos ambientais. Ela acredita que focar a questão socioambiental dentro do setor de seguros é fundamental para integrar questões à estratégia de negócio da empresa. “Não pode ser um tema à parte dentro da companhia”, ponderou.

Ela explicou que o relatório revelou indicadores importantes que foram coletados no setor de seguros em 2018. Um exemplo é que 60% das empresas afirmaram integrar questões Ambientais, Sociais e de Governança (ASG) em seus planejamentos estratégicos. “Isso mostra que está sendo incorporado às empresas uma agenda em desenvolvimento com a criação de uma nova visão dos riscos para que as oportunidades de negócio surjam a partir dessa nova visão socioambiental”.

Para Laurindo Anjos, gestor de riscos do Itaú Unibanco, é preciso atuar e catequizar as empresas com relação ao PSI e ao TCFD. “Iniciativas como essas são pilares necessários para que isso comece a permear de fato a cultura de cada instituição. Vejo um caminho próspero. Precisamos começar a pensar coletivamente o que queremos para todos nós. Do contrário, as empresas estarão despreparadas para o futuro”.

Fernando Malta, consultor sênior da SITAWI, falou sobre o trabalho que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) fez em 2018 para avaliar o nível de maturidade das instituições financeiras em relação ao TCFD. Segundo ele, 1/3 dos bancos mal tinham ouvido falar sobre o tema, e a metade já conhecia o assunto, mas não havia construído qualquer planejamento para ingressar o TCFD internamente. Ele relatou que o material foi uma ferramenta de sensibilidade climática para permitir uma análise de como a carteira dos bancos estaria exposta à mudança do clima, e que procedimentos tinham que ser feitos para incorporar esse risco climático no seu dia-a-dia.

O projeto da Febraban para 2019 é ajudar as instituições a realizar práticas de desenvolvimento de cenários climáticos tropicalizados, pois esse é um problema no Brasil, que em geral trabalha com cenários internacionais. “Quando você começa a trabalhar essa questão, pelo menos saber onde sua carteira está exposta às mudanças climáticas, você já tem informação para saber como vai gerir esse risco”, detalhou consultor. Segundo ele, essas informações são capazes, por exemplo, de apontar os riscos provocados por estiagem na produção agrícola e de projetos de infraestruturas em hidrelétricas e melhorias urbanas, por exemplo.

CDN Comunicação

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